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O desequilíbrio mundial já criou 805 milhões de pessoas com fome | img: redebrasilatual

A fome crónica já atinje mais de 800 milhões de pessoas no mundo

Dados revelados no Congresso Mundial de Nutrição, demonstram que o desequilíbrio mundial no acesso a nutrientes faz com que 805 milhões de pessoas já sofram de fome crónica e outros 2 milhões sofram de desnutrição.

De acordo com Alexandre Meybeck, especialista em Sustentabilidade Sistemas Alimentares, este desiquilíbrio, origina custos muito elevados para a economia dos países. “O preço da desnutrição inclui tanto os custos diretos, como a produtividade, a perda de receitas ou aumento de despesas da saúde, como os custos indiretos, decorrentes de todos eles “.

Meybeck participou numa mesa de debate intitulada “Sustentabilidade dos Sistemas Alimentares: a Segurança Alimentar e a Nutrição”. Nesta, o especialista explicou que a desnutrição “é um fardo intolerável não só para os indivíduos, mas para os Sistemas Nacionais de Saúde e todo o tecido social, uma vez que representa uma das maiores e evitáveis deficiências para que o homem possa desenvolver todo o seu potencial”.

O sistema alimentar mundial está a passar por uma série de pressões que não tinham ainda convergido. A população mundial está a crescer rapidamente estimando-se que em 2050 atinja os 9 mil milhões de habitantes. Essa realidade fará com que a procura de alimentos cresça 60%, o que provocará um preocupante aumento dos preços dos alimentos, criando um grave problema às regiões com escasso acesso aos nutrientes.

Meybeck relembra que “é muito mais caro combater a desnutrição do que preveni-la, por isso é preciso fazê-lo através do planeamento adequado da agricultura e garantindo o acesso a nutrientes por todos os setores da população”. Ao mesmo tempo, o especialista recorda que a agricultura, a produção e consumo de alimentos foram identificadas como uma das principais causas de pressão ambiental. “Atualmente, cerca de metade das terras do mundo é utilizada para a produção agrícola”.

Por outro lado, a agricultura gera a maior parte da desflorestação e consumo de água, concretamente 70% da sua utilização. “Em 2050 mais de metade da população mundial viverá em áreas com escassez severa de água”. Portanto, tratar a desnutrição, requer uma ação integrada, que inclua a agricultura, o sistema alimentar em geral, a saúde pública e a educação, bem como as áreas políticas mais amplas.

Para conseguir uma dieta sã é essencial um sistema alimentar saudável. “Para alcançar Isto é necessário ter um sistema alimentar sustentável, que possa resistir a choques e continuar a garantir a segurança alimentar e uma boa alimentação para todos” afirma Alexandre Meybeck.

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