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A saúde está a ser gerida por um pagode que se trata no privado

Portugal registou nas primeiras duas semanas do ano, mais 1900 mortes do que no mesmo período de 2014, devido à gripe, mas o secretário de estado da saúde nega que esteja a verificar-se um período de emergência, a desculpa mais básica que existe, para dizer que não se faz, porque não se justifica fazer.

O caos que tem sido denunciado por profissionais e utentes nas urgências dos principais hospitais portugueses, que continua a somar mortes inexplicáveis, também é negado pelos mesmos responsáveis da saúde em portugal, incluido o líder da pasta.

Morrer hoje em dia por falta de assistência na urgência de um hospital público, está a transformar-se num caso curriqueiro, para o qual o único responsável é sempre o próprio morto, que teve a infeliz idéia de se dirigir a uma urgência, porque estava anormalmente doente.

A emigração de médicos para o estranjeiro, à procura de melhores condições de trabalho e remuneração, será segundo alguns especialistas, entre os quais o bastonário da ordem dos médicos, uma das causas para o caus na saúde portuguesa, mas para o ministério da saúde, isso não corresponde à verdade e também não é assunto que preocupe o ministro.

A sangria nos quadros de profissionais de enfermagem em praticamente todas a unidades de pequena ou maior dimensão, não justificam a implementação de políticas de reconhecimento e motivação,  de melhores condições de trabalho e incentivos reais, que travem a saída diária desses profissionais para o estrangeiro.

Os médicos que foram admitidos nos concursos realizados há um ano, que ainda aguardam a aprovação do ministério das finanças, para poderem entrar ao serviço, reduzindo com a sua prestação, o défice de profissionais que se verifica em hospitais e centros de saúde em Portugal, também não merecem celeridade para o Ministério da Saúde, que só agora enviou ao das finanças, a ronovação do pedido de autorização necessário, depois de ter deixado caducar o primeiro.

A urgência do hospital Amadora Sintra para não referir outros, atingiu a rotura nos momentos de pico que teve de enfrentar recentemente, não tendo segundo o ministro, capacidade para para atender o volume de doentes que lhe chega da área que lhe está atribuida, mas o senhor ministro da saúde, considera que fazer obras naquelas urgências ou construir um bloco específico para responder às necessidades, é uma decisão da administração daquela unidade hospitalar.

Por último as malabarices, com o agendamento e reagendamento de intervenções cirúrgicas e consultas de especialidade, por parte de algumas unidades hospitalares, jogando a seu belo prazer, com a vida e saúde dos doentes, é outro tema, que vai ganhando cada vez mais expressão, mas ainda não justificou uma investigação por parte das autoridades da saúde.

Portugal está a transformar-se num país envelhecido, doente, com a saúde pelas ‘horas da morte’, gerido por um pagode constituido por ‘personagens’, que quando tem uma constipação, só tem de recorrer ao privado, onde chegam a ser tratados gratuitamente, com todos os ‘salamaleques’, por serem quem são.

Numa qualquer empresa privada, tanta irresponsabilidade, desleixo e incompetência, já teria originado a demissão dos principais responsáveis pela trajédia, mas no caso da saúde em portugal, como se trata de um ‘ramo da família’, pouco importa, porque as mortes e as trajédias nem estão a acontecer nos gabinetes, sofre-se e a morre-se lá longe… a uma distancia segura para o poder.

Carlos Santomor

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