A Casa Real Belga que tem vivido momentos complicados ao nível do seu foro interno, ficou mais uma vez sob a mira pública, depois da artista plástica Delphine Boel, que afirma ser filha do rei Albert II, ter levado o caso a tribunal, com a exigência de testes de ADN, que segundo a mesma, podem confirmar a paternidade que não lhe é reconhecida.
Albert II que abdicou do trono em julho de 2013 a favor de filho Filipe, Duque de Brabante, nunca admitiu a paternida de Delphine, fruto de uma suposta relação com a baronesa Sybille Selys-Longchamps, antes de ser coroado como rei, mas reconheceu em 1999, poucos meses depois deste caso ter passado para o conhecimento público, que a relação com a rainha Paola enfrentava dificuldades, sem no entanto se referir à sua natureza.
Mas numa biografia publicada em 2008, Delphine Boel descrevia a relação que Albert II manteve com a mãe, na qual explicava como é que a baronesa lhe revelou, que o então príncipe herdeiro do trono belga, era o seu verdadeiro pai.
Com o caso a aguardar uma decisão do juiz, que deve ser anunciada a 23 deste mês, o assunto voltou novamente às páginas dos jornais, depois de uma entrevista de Delphine à revista Paris Match, por ocasião de uma recente exposição do trabalho da artista, em que esta diz estar convencida, que a justiça vai obrigar Albert II a fazer finalmente o teste de ADN, adiantando que “se recusar, o caso avança”, lê-se naquele semanário.
Delphine Boel de 46 anos, lamenta ter de levar o pai a tribunal porque é “complicado e triste”, mas considera que tem de defender os seus direitos e tendo a revelação da mãe como certa, não pode continuar a fazer de conta, apesar da discriminação de que passou a ser alvo e dos problemas que tem enfrentado, desde que foi conhecida a sua decisão de avançar para a justiça.
Segundo a imprensa belga, Jacques Boel o homem que criou Delphine Boel como filha, tê-la-á deserdado quando esta avançou para os tribunais, enquanto várias galerias passaram a recusar o trabalho da artista, por temerem a reação do palácio.
