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AVC: Será que a mobilidade vai voltar a ser a mesma?
AVC: Será que a mobilidade vai voltar a ser a mesma?

AVC: Será que a mobilidade vai voltar a ser a mesma?

O NeuroSer Portugal, promove entre Fevereiro e Junho um ciclo de sessões práticas e informativas sobre Acidente Vascular Cerebral dirigido a cuidadores e familiares.

No âmbito desta iniciativa, Mariana Mateus, Fisioterapeuta do NeuroSer, avança algumas questões que vão ser abordadas na primeira sessão, sob o tema “Será que a mobilidade vai voltar a ser a mesma”, agendada para 20 de fevereiro, das 18H às 19H, em Lisboa.

Em traços gerais, quais são as principais alterações motoras associadas ao AVC?

O AVC é um problema de saúde comum que constitui a principal causa de incapacidade permanente em Portugal, sendo que a maioria das alterações após um AVC são motoras. As alterações motoras diferem consoante o território cerebral afetado, destacando-se como principais a fraqueza muscular, a alteração do tónus muscular (caracteriza-se pela resistência ou tensão dos nossos músculos), alterações do equilíbrio e dor.

Estas alterações irão condicionar a mobilidade, funcionalidade, independência e qualidade de vida destas pessoas.

É possível voltar a recuperar totalmente a mobilidade que se tinha antes da ocorrência do episódio vascular cerebral?

A reabilitação após um AVC depende de vários fatores, como o tipo de AVC, território cerebral afetado, fase em que a pessoa se encontre, suporte fornecido e características individuais da pessoa.

A mobilidade é possível graças ao trabalho conjunto de várias funções motoras, como por exemplo a amplitude articular, a força e tensão muscular, sendo que a sua recuperação está assim dependente do correto funcionamento destas funções e de outras como a sensibilidade.

Sabe-se que o início da reabilitação o mais precoce possível e um acompanhamento de uma equipa multidisciplinar e especializada, são aspetos fundamentais para um bom prognóstico nestes casos.

Que tipo de estratégias poderão ser implementadas para promover a mobilidade?

A fisioterapia constitui uma das abordagens não-farmacológicas envolvidas na reabilitação após um AVC, tendo um especial enfoque na reabilitação das alterações motoras, bem como na promoção da mobilidade.

Normalmente o processo de reabilitação começa com uma avaliação subjetiva e objetiva, com a aplicação de escalas de avaliação adequadas à patologia, que permitem definir os objetivos e o plano de intervenção.

A intervenção na promoção da mobilidade, passa pela reeducação do movimento, ou seja, por ensinar novamente o movimento dito “normal”, bem como pela promoção da amplitude de movimento, força muscular, estabilidade articular e tónus muscular.

Para além da intervenção profissional, o doente pode ter um papel autónomo a desempenhar na sua recuperação?

O doente é o foco principal de toda intervenção, sendo que a sua motivação e colaboração são fundamentais durante todo o processo de reabilitação. Consoante as suas capacidades motoras e cognitivas, este poderá ter um papel autónomo, no sentido em poderá por em prática no seu dia-a-dia e em contexto domiciliar os ensinamentos, estratégias e alguns exercícios adaptados, que irão auxiliar na manutenção/promoção das suas funções motoras.

Para além disso, a família/cuidadores tem um papel fundamental na reabilitação e manutenção dos resultados obtidos ao longo do tempo, sendo crucial o seu envolvimento em todo o processo, assim como o seu ensino/treino de estratégias facilitadoras para lidar com as dificuldades nas atividades de vida diária, adaptações no domicílio, prevenção de complicações decorrentes da diminuição de mobilidade, promoção de um correto posicionamento/mobilidade e na prevenção e redução do risco de quedas.

Dr.ª Mariana Mateus
Fisioterapeuta do NeuroSer, Centro de Diagnóstico e Terapias dedicado às doenças neurológicas

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