O Festival do Caldo de Peixe em Rabo de Peixe, que decorreu no passado mês de Julho na vila açoriana de Rabo de Peixe na Ribeira Grande, saldou-se por um dos grandes momentos do ano, ao superar todas as expectativas, com um acréscimo muito significativo de visitantes, graças às companhias low cost, que operam no arquipélago dos Açores.
Este Festival obra do mentor, Rúben Farias – Presidente da APRAP Associação de Pescas de Rabo de Peixe e do Clube Naval de Rabo de Peixe e responsável pelo projeto Hominis Aqua, que inclui a publicação de um livro com o mesmo nome, teve por objetivo entre outros, provar que as desigualdades sociais e as históricas dificuldades económicas da localidade, que vive maioritariamente da pesca, não limitam a iniciativa local.
Para além dos mais de 4500 caldos típicos de Rabo de Peixe, que foram servidos, quem visitou o festival também teve a oportunidade de provar caldos e sopas à moda de Espinho, pela Confraria da Caldeirada e do Camarão de Espinho, caldos à moda da Graciosa pela Associação de Pescadores Graciosences, assim como novas versões de caldos, com algas por exemplo, propostas pela Escola de Formação Turística e Hoteleira de Ponta Delgada.
Mas como nem só de caldos vive este festival, os hambúrgueres de cavala da chef Patrícia Borges, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do IPL, revelaram-se um sucesso, tendo sido vendidos mais de mil, nos três dias que durou o festival.
Igualmente bem sucedida foram os ouriços-do-mar, promovidos pela Confraria do Ouriço-do-mar de Gijón, nas Astúrias, em todas as suas variantes, ex: caviar de ouriço, paté de ouriço, ovos mexidos com ouriço. Um “tesouro” pouco conhecido na região que será com certeza mais valorizado de futuro.
Como em todas as festas também não faltou a animação. Foram cabeças de cartaz no Festival, artistas nacionais e internacionais como Quim Roscas & Zeca Estacionâncio, ÍRIS, Portuguese Kids, Lou Bega, Dj Merche Romero e o DJ Mari Ferrari.
Mas, como se trata de uma iniciativa focada na solidariedade, destaque para os 3000 euros angariados com a venda dos caldos e sopas, valor que reverte para a escola Rui Galvão de Carvalho, contribuindo para a alimentação das crianças provenientes de famílias com maiores dificuldades económicas.
Encerrada a edição 2017 com chave de ouro, já se prepara a 6ª edição, para 2018. Consciente das potencialidades do evento, que consegue levar milhares de pessoas a Rabo de Peixe, dinamizando a sua frágil economia, a organização já está a trabalhar na programação do próximo ano, a estabelecer contactos com diferentes confrarias, que enriquecem ainda mais o Festival.
Segundo a organização, para 2018, estão prometidas muitas surpresas, relativamente ao espaço do evento e à aposta, que visa colocar o Festival do Caldo de Peixe de Rabo de Peixe, na rota dos grandes eventos gastronómicos, promoção que pretende levar àquela emblemática ilha do arquipélago açoreano, um maior número de visitantes, originárias de todos os cantos do mundo.
