A Tinturaria no Centro de Exposições da Covilhã, vai ter patente de 1 de Junho a 3 de Julho, um exposição do pintor surrealista, Luís Athouguia.
A propósito do pintor, Manuel da Silva Ramos, diz que todos os quadros onde reina o formidável pastel de Luís Athouguia, são janelas abertas para a emoção.
São janelas que nos fazem ver vidas guilhotinadas mas que gozam de uma faculdade de locomoção desmesurada. São janelas essenciais que deixando para trás o quotidiano mais prático se abrem a velozes mares de pensamento.
São janelas incessantes que dão para montanhas movediças de sonhos. Não tenhamos medo de o dizer: o pastel substancial de Athouguia ilumina a nossa noite e traz-nos a pureza dos primitivos tempos em que podíamos tocar as estrelas com as mãos.
Diga-se: ninguém actualmente em Portugal faz uma pintura destas. O Luís Athouguia é único e inclassificável, não é surrealista nem deixa de ser quando afirma a sua reticência! e é toda esta volúpia do sonho que faz a sua força. E também o seu equilíbrio. Agora que morreram o Mário Botas, o Cesariny, o Álvaro Lapa, resta-nos o Luís Athouguia para nos conduzir ao país onde os coelhos usam relógios de pulso e as meninas têm mais de dois seios no peito.