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Médicos Otorrinolaringologistas alertam para a Otite serosa

As otites são um dos motivos que mais levam crianças e adultos às urgências dos hospitais, aos atendimentos permanentes, bem como às consultas do dia-a-dia. Desde os primeiros anos de vida, elas podem surgir isoladas ou associadas a outra sintomatologia, provocando dor e desconforto.

Associadas a amigdalites ou adenoidites, as otites surgem com frequência na criança sendo que muitas vezes se tornam recorrentes e provocam episódios de surdez mais ou menos prolongados. Quando as otites médias agudas, que ocorrem sobretudo no inverno, não são bem tratadas podem levar a otites serosas, principal causa de surdez infantil, atraso na fala e consequente insucesso escolar.

Quando as crianças revelam atrasos na fala, pedem para colocar o som da televisão mais alto ou não conseguem ter atenção nas aulas, este poderá ser um alerta para uma otite serosa. “Na nossa consulta recebemos muitos pais que se queixam que os filhos têm défices de atenção, atraso na linguagem, mau rendimento escolar” revela João Paço, Director Clínico do Hospital CUF Infante Santo e também Professor Catedrático de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa.

A otite serosa consiste na presença de líquido seroso ou mucoso por detrás do tímpano, nas cavidades do ouvido médio, sem que haja sinais inflamatórios agudos, ou seja febre ou dor. Esta é assim uma patologia silenciosa já que mesmo que provoque dor no doente, esta é muito ligeira. A otite serosa manifesta-se sobretudo pela sensação de ouvidos “tapados” e diminuição de audição.

Quando apresenta esta sintomatologia, a criança deve ser encaminhada para uma consulta de otorrinolaringologia onde realizará exames e terapêutica dirigida às situações que podem ter desencadeado a otite serosa, nomeadamente, alergias, infecções respiratórias de repetição, adenoidite crónica, entre outras. Consoante a situação clínica, poderá ainda haver necessidade de efectuar algum procedimento cirúrgico.

Quando resolvida a otite serosa, a audição é recuperada. No entanto, a sua persistência e a não sujeição a um tratamento pode evoluir para uma surdez definitiva, devido à libertação de mediadores inflamatórios tóxicos para o ouvido. João Paço deixa por isso um alerta: “É muito importante estar atento e consultar um especialista”.

As otites no inverno

Ao contrário das otites externas que têm maior prevalência no verão, estando sobretudo ligadas à entrada e retenção de água no ouvido, as otites médias agudas crescem 30 a 40% no Inverno. Estão na maioria dos casos associadas a infecções respiratórias. São infecções bacterianas ou virais que se desenvolvem no ouvido médio, sendo que, apesar de se poderem manifestar em qualquer idade, são muito comuns em crianças pequenas, nomeadamente entre os três meses e os três anos de idade. Muitas vezes manifestam-se com uma complicação de uma constipação.

A prevenção das otites está na redução dos factores de risco, nomeadamente nos hábitos de higiene, na lavagem de mãos, no ensinar a criança a assoar-se. O aleitamento materno, pelo menos durante os primeiros três meses de vida, aumenta o nível de protecção das crianças, especialmente no 1º ano de vida. Outros factores de risco são o uso de chupeta, que não deve ser totalmente abolido pois também traz benefícios e a exposição ao fumo do tabaco. “Também está contra indicada a utilização sistemática das piscinas, já que é outro dos factores que podem provocar ou agravar as otites” refere João Paço, coordenador do Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo, um dos centros mais avançados do país e distinguido com quatro prémios da Academia Americana de Otorrinolaringologia

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