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MOÇAMBIQUE EM ESTADO DE GUERRA E POLÍCIA IMPOTENTE

Leopardo do Gilé

Leopardo do Gilé

A região centro de Moçambique, sobretudo ao longo da estrada Nacional Nº1 que liga o país de norte ao sul, tornou-se um palco de guerra sangrenta. Porém, os dirigentes deste país continuam indiferentes à situação que em si, mas esta, vai ganhando proporções alarmantes.

Todos os dias chegam-nos relatos de perda de vidas humanas, entre civis e militares. Tem vindo a subir o número de militares das forças governamentais mortos na sequência das emboscadas de homens armados, alegadamente da Renamo. Os confrontos ocorrem todos os dias e a situação de desestabilização vai-se estender segundo se crê a todo o país.

As nossas fontes dão conta da entrada de soldados feridos no hospital central da Beira (centro do país). A situação está a sofrer uma escalada tal que, a multinacional Rio Tinto já informou aos seus empregados para retirarem as famílias de Moçambique. Contudo apesar da gravidade da situação, isso parece não sensibilizar os governantes do burgo, que falam em diálogo por um lado, enquanto incrementam as acções bélicas por outro.

A vaga de sequestros que começou em 2011, em cidades como Maputo, Matola e Beira, cujo número exacto de pessoas raptadas não é possível saber, pois muitos dos casos nem chegam à “praça pública” e nem são comunicados à polícia com medo não só de represálias, mas também, porque a ela é claramente ineficiente. A situação está a adquirir contornos incontroláveis.

Todos os dias, os criminosos sequestram pelo menos dois cidadãos moçambicanos. Os portugueses foram atingidos por este flagelo somente em Outubro e que como referimos tem atingido principalmente moçambicanos de origem asiática. Como consequência do rapto dos portugueses, mais de 40 alunos abandonaram o estabelecimento da Escola Portuguesa de Maputo e pediram transferência para Portugal e outros países. Sabemos também que indivíduos de outras nacionalidades têm enviado as suas famílias para as terras de origem.

A polícia como sempre contínua inerte, revelado a sua cumplicidade neste acto que esta a deixar milhares de moçambicanos à beira do desespero. As autoridades policiais afirmam que estão a trabalhar no assunto, mas os resultados tem sido demasiado ténues e pouco visíveis, dada a gravidade da situação. Aliás na semana passada, o porta-voz da Policia da República de Moçambique (PRM), veio a público confirmar que existem elementos da polícia que cooperam com os sequestradores. O estado que deveria garantir a segurança da população contínua aparentemente indiferente e as vítimas desanimam sem saber quando o terror terá fim.

O estado Moçambicano fracassa claramente na defesa do cidadão, o sentimento geral é que todos estão entregues à sorte individual. As rotinas e as vidas em Maputo tomaram outro sentido. Não se sente o medo na rua, mas as pessoas andam mais atentas, temendo pela sua própria situação. As esplanadas e restaurantes do burgo já se ressentem desta situação. A noite de Maputo, antes claramente movimentada, arrefeceu.

Por: Leopardo do Gilé, algures em Moçambique
“escreve sem o acordo ortográfico”

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