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PORTA-VOZ DO PSD DETECTA HIPOCRISIA INSTITUCIONAL

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, defendeu que tem “maior liberdade” para falar da “Troika” do que o Governo e reafirmou a crítica que fez ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Marco António declarou aos jornalistas, no final de uma acção de campanha para as eleições autárquicas, na Covilhã, que, “A minha declaração de quarta-feira (18SET) foi enquanto porta-voz do PSD e reafirmo-a na totalidade, aquilo que eu afirmei parece-me de uma clareza total e absoluta: se há uma instituição que produz relatórios, que nesses relatórios faz declarações piedosas acerca de determinadas matérias de enorme relevância para os países que estão sob resgate e se depois aquilo que nós encontramos não é consequente com o que está nos relatórios, não tenho dúvidas em afirmar que se trata de hipocrisia institucional”, vincou que, “o PSD tem a liberdade de ser um partido com opinião própria relativamente a estas matérias, enquanto o Governo tem uma conduta de reserva enquanto decorrem as negociações com a “Troika”. Eu tenho uma maior liberdade, na qualidade de porta-voz do PSD, de expressar aquele que é o pensamento do nosso partido relativamente a estes factos, objectivar, explicar o porquê, e acima de tudo, dar azo a uma explicação pública do nosso sentimento relativamente a estes factos”.

Questionado se o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, estava a censurar a sua crítica ao FMI quando considerou que “é preferível não haver um nível de comunicação pública muito elevado” sobre a “Troika” durante as avaliações do programa de resgate de Portugal, Marco António Costa contestou essa leitura.

Segundo o porta-voz do PSD, “o que se passou foi uma coisa completamente distinta: Jorge Moreira da Silva, na qualidade de membro do Governo, apenas expressou a sua reserva absoluta de se pronunciar sobre negociações em que está envolvido. Não há nada de extraordinário, trata-se de uma conduta que eu próprio quando era membro do Governo cumpria, porque faz parte das regras institucionais que o Governo tem de garantir”.

Interrogado se o ministro da Economia, António Pires de Lima, não fugiu a esse princípio ao pedir “coerência” aos credores do Estado português, Marco António Costa respondeu que “os senhores ministros foram de uma sobriedade e de cautela total”.

O social-democrata sustentou que a actuação “discreta” do Governo PSD/CDS-PP tem produzido resultados nas negociações com a “Troika”.

Quanto à revisão ou não da meta do défice de 2014 de 4% para 4,5% do PIB, evitou antecipar um desfecho, assumindo que, “acredito que o Governo manterá a linha que teve até hoje: discrição, eficiência e sempre defesa do interesse nacional”.

(in Ag. Lusa)

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