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Recuperadas as Estufas no Parque da Pena

A Parques de Sintra concluiu recentemente o projeto de recuperação das Estufas da Quinta da Pena, localizadas no Parque da Pena, com um investimento de aproximadamente 325 mil Euros ao longo de 8 meses. Este incluiu o restauro das duas estufas de trabalho e da estufa principal, a requalificação dos patamares onde estes edifícios se situam e a instalação de uma ferramentaria e área técnica de envasamento.

Numa fase posterior, nesta mesma área, o aviário será restaurado, a casa de jardineiro adaptada a cafetaria, e serão instalados edifícios semienterrados que darão lugar a uma loja, instalações sanitárias para o público e áreas técnicas para a caldeira de aquecimento e lixos.

A recuperação das três estufas foi realizada de acordo com os planos de construção originais, tendo as suas funções sido mantidas. As coberturas, com estrutura de madeira e telhas de vidro individuais, em ruína, foram recuperadas com os mesmos materiais e dimensões. O mesmo sucedeu com os rebocos e pavimentos à base de saibro e cal. Os viveiros foram limpos e tratados e o seu sistema de águas original reposto em funcionamento, alimentado por água proveniente de minas do Parque da Pena. Na estufa principal, a caldeira existente foi restaurada e musealizada. Os antigos tubos de ferro do aquecimento central, demasiado corroídos, foram substituídos por novos do mesmo material e diâmetro. As caleiras, em alvenaria cerâmica revestida a reboco estanhado, foram recuperadas. Foi também reposto no interior da estufa o sistema de prateleiras de exposição de vasos, em cantaria. No patamar da estufa principal, os muros foram recuperados e os caminhos infraestruturados e adaptados ao acesso de pessoas com mobilidade condicionada.

As pérgolas em madeira foram reconstruídas e efetuaram-se também intervenções de arboricultura para limpeza das árvores existentes. O projeto incluiu ainda a requalificação dos espaços exteriores envolventes, nomeadamente o jardim de azáleas.

No interior da estufa de exposição foi plantada, em vasos, uma coleção de orquídeas, begónias, bromélias, plantas carnívoras, plantas suculentas e fetos, dando-se especial destaque a espécies autóctones com estatuto de conservação prioritário, como o feto-folha-de-hera (Asplenium hemionitis), o feto-do-botão (woodwardia radicans) ou a carnívora Pinguicula lusitanica. Nos estufins foram reproduzidas variedades portuguesas de hortícolas, a aplicar na horta da Quinta da Pena, e espécies para reposição de canteiros no interior do Parque, nomeadamente os gerânios, que eram muito usados no século XIX.

Está em fase de estudo o projeto para a segunda fase de recuperação desta área, que prevê a requalificação do patamar superior e a instalação de equipamentos de apoio aos visitantes.

O aviário será restaurado para servir a sua função original: ao corpo cilíndrico existente serão adicionadas três áreas de gaiolas para a exposição de diferentes espécies de aves. Destas gaiolas restam apenas registos em plantas do século XIX e as fundações em pedra, originais. Pela sua proximidade excessiva ao aviário, pela fraca integração no conjunto e origem mais recente, a construção adjacente será demolida. A casa de apoio ao jardineiro, em alvenaria de pedra, será reabilitada para utilização como cafetaria. A cobertura será em telha cerâmica, de modo a respeitar a solução encontrada apenas em registo fotográfico. A cafetaria e as demais instalações previstas servirão a zona da Quinta da Pena, desde a Abegoaria ao próprio Chalet da Condessa.

Na zona entre o aviário e a cafetaria, onde existia um aterro de grandes dimensões, prevê-se a instalação um edifício semienterrado, com linguagem arquitetónica semelhante à das cavalariças da Abegoaria. Este corpo albergará as instalações sanitárias, uma loja para venda de produtos relacionados com a atividade da Quinta e salas técnicas para bastidores, quadros e caldeira para aquecimento da cafetaria e estufa.

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