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Palacio Nacional da Pena | Sintra | img: PSML/Nuno Cardal

Serões Musicais no Salão Nobre do Palácio da Pena

A Parques de Sintra e o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (CEMSP) apresentam de 21 de dezembro a 14 de fevereiro, o ciclo “Serões Musicais no Palácio da Pena”, a decorrer no Salão Nobre. Cada um dos quatro serões será composto por um concerto, às 21h30, antecedido de uma conferência introdutória pela musicóloga Luísa Cymbron, às 21h00.

O ciclo pretende evocar através da música, questões, imagens e figuras ligadas aos ambientes de Sintra, e em particular da Pena, no século XIX. Além do amor à Natureza (um dos grandes tópicos do imaginário romântico, com uma afirmação transversal às várias artes) e do interesse pelo exotismo, sobretudo a nível arquitetónico, outra grande paixão de D. Fernando II foi a música, como fica claro tanto através de muitos testemunhos contemporâneos, como do inventário do seu vasto espólio musical.

O primeiro serão, “Cintra’s Glorious Eden”, que terá lugar a 21 de dezembro, conta com um concerto do Trio Aeternus, composto pelo violinista inglês Alexander Stewart, o pianista polaco Lucjan Luc e o violoncelista arménio Varoujan Bartikian. Neste concerto serão tocados excertos da ópera Der Freischutz de C.M von Weber e obras de F. Schubert e B. Smetana.
Partindo da célebre frase de Lord Byron, “Cintra’s Glorious Eden”, este concerto procura explorar o fascínio que a Natureza – nas suas facetas amenas mas também nas mais agrestes – exerceu sobre muitos músicos do século XIX, sobretudo na tradição germânica, e o modo como ela foi evocada musicalmente por compositores como Franz Schubert ou Carl Maria von Weber.

No dia 10 de janeiro, o serão “Exotismos” conta com a participação da soprano Dora Rodrigues, o pianista João Paulo Santos, o barítono Luís Rodrigues e o tenor Mário Alves, reunidos especialmente para esta ocasião. Neste concerto serão interpretadas obras de Keil, Bizet, Saint-Saëns, David, Migone, Massenet, Loewe, Sá Noronha e Pereira.
O título apela à diversidade arquitetónica da paisagem de Sintra e da Pena (do neomanuelino ao neoárabe), o que permite uma viagem através do fascínio oitocentista pelos vários tipos de exotismo. Na música esta tendência atingiu uma particular expressão em França, centrando-se inicialmente no interesse pelo Norte de África, mas abrangendo depois outras zonas mais remotas do globo.

No dia 31 de janeiro tem lugar o serão “Elise Hensler: Rainha da Pena” que conta com a soprano Cristiana Oliveira, o pianista João Paulo Santos e o barítono Nuno Pereira. Também este conjunto de artistas se juntou especialmente para esta ocasião. Obras de Millard, Pease, Keil, Vianna da Motta, Saint-Saëns, Gounod, Strauss, Donizetti, Lachner, Mercadante e Verdi serão interpretadas nesta noite.
Este concerto foca-se em Elise Hensler, mais tarde Condessa d’Edla. Nascida na Suíça e educada em Boston, Hensler frequentou o Conservatório de Paris e lançou-se como cantora profissional no circuito italiano. Já Condessa, passou boa parte dos seus anos de casada na Pena, manifestando um profundo interesse pela plantação e manutenção do Parque. Com este concerto pretende-se caracterizar a diversidade dos ambientes musicais que a rodearam e a sua relação privilegiada com Sintra, aqui simbolizada pela trompa, instrumento que – no Romantismo alemão – glorifica a relação mística entre o Homem e a Natureza.

A 14 de fevereiro, dia de S. Valentim, decorre o último serão do ciclo, este com o título “D. Fernando e a sua Baviera”. A soprano Ana Franco, o tenor Bruno Almeida, a mezzosoprano Carolina Figueiredo, o barítono João Merino, o pianista João Paulo Santos e o trompista Paulo Guerreiro juntam-se para oferecer um concerto único nesta noite especial. Incluirá interpretações de obras de Liszt, Meyerbeer, Rossini, Frondoni, Saint-Saëns, Gounod, Rubinstein, Verdi e Napoleão.
O título deste serão deve-se ao facto de ser na Pena que D. Fernando mais evidenciou a ligação às suas raízes alemãs. Porém, os seus gostos ecléticos são revelados através da sua paixão pela música, o que o levou a conviver com um amplo leque de artistas que passavam por Lisboa.

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