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SPEA otimista com a criação das Zonas de Proteção Especial

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) congratula-se com a recente aprovação das Zonas de Proteção Especial (ZPE) do Cabo Raso e de Aveiro-Nazaré, assim como a alteração dos limites das já existentes ZPE do Cabo Espichel e da Costa Sudoeste.

Esta era uma decisão há muito esperada, tendo por base os dados recolhidos nos últimos anos, acerca da distribuição das aves marinhas ao longo da nossa costa. A expectativa é que esta decisão seja o primeiro passo para uma maior proteção do oceano e das aves marinhas.

Estas áreas protegidas designadas ao abrigo da legislação europeia, Diretiva Aves, irão reforçar a conservação das aves marinhas migradoras ao longo da costa continental portuguesa e simultaneamente contribuir para a rede ecológica que garante a proteção da vida selvagem e seus habitats na Europa, a rede Natura 2000.

Estas novas classificações irão complementar a atual rede de ZPE no meio marinho, que incluem a Ria de Aveiro, as Ilhas Berlengas, o Cabo Espichel e a Costa Sudoeste, oferecendo proteção às zonas de alimentação e repouso usadas pela população de pardela-balear, uma ave marinha criticamente em perigo a nível global, assim como de outras espécies de aves marinhas.

Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA, realça que “a identificação dos locais propostos para as novas ZPE tem como base o trabalho desenvolvido pela SPEA e por diversos parceiros que, ao longo da última década, se têm dedicado à monitorização de aves marinhas e ao estudo do seu comportamento no mar, desenvolvidos no âmbito de diferentes projetos cofinanciados pela União Europeia”.

Na costa continental portuguesa ocorrem de forma regular cerca de 30 espécies de aves marinhas. Para além das espécies nidificantes no continente (tais como a cagarra e a gaivota-de-audouin), muitas outras aves frequentam as nossas águas como local de invernada ou durante a sua migração. Algumas ocorrem em números significativos para as suas populações globais ou europeias, como é o caso do alcatraz e da pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa.

Ainda segundo Joana Andrade, “as aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado do mundo e a proteção legal destas áreas marinhas é um passo fulcral para a sua conservação. No entanto, esse trabalho só será possível através da definição de planos de gestão adequados a cada área e através de um modelo de participação envolvendo os stakeholders relevantes, ou seja, pescadores, agentes económicos, entre outros, já que serão eles os agentes chave para a sua implementação prática”.

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