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Um Ministro da Finanças promotor do secretismo!
Um Ministro da Finanças promotor do secretismo!

Um Ministro da Finanças promotor do secretismo!

A resposta de Mário Centeno, o Ministro das Finanças em funções, sobre a apresentação da declaração de rendimentos pelo atual presidente da Caixa Geral de Depósitos, é de todo inaceitável, não só por ser anti democrática, mas e sobretudo por vir de um servidor, que na qualidade de titular da pasta das contas públicas, devia ser o primeiro a exigir rigor e transparência, a todos quantos trabalham para o estado, amigos ou não.

No tempo do Dom António, o tal que caíu da cadeira, nesses tempos, é que políticos e governantes não davam conta de nada à sociedade, o princípio que imperava, apenas impunha informar o governo ou o próprio dom António, sobre a idas a São Tomé, porque para lá dos muros de São Bento, era tudo analfabeto, diziam eles.

Pelos vistos, o conceito ditatorial, imposto durante esses mais de quarenta anos ao povo português, ainda por cá tem seguidores, apoiantes e promotores, porque de outra forma não se entende, aquela do presidente da Caixa Geral de Depósitos, um Banco Público, só ser “obrigado a informar o governo” e daí para a frente… é tudo secreto.

Vindo do ministro de um governo socialista, com a responsabilidade da pasta das finanças, a mais complexa de todo o executivo, que manda cortar nos gastos da segurança pública, no efetivo da saúde e da educação, o mínimo que se esperava´é que liderasse a exigência de apresentação dessa declaração, junto do Tribunal Constitucional, para que não fosse suscitada a mínima dúvida sobre a personagem em causa.

Porquê todo esse secretismo? O que é está por detrás disto tudo? O que é que se está a tentar ocultar do conhecimento público? Qual é a natureza dos rendimentos do Presidente da Caixa Geral de Depósitos? Estamos a falar de quê? de volumes? de valores? de offshores? de contas na Suiça ou de bens difíceis de explicar?

Este ministro ainda não percebeu que os conceitos políticos de antanho, não tem aplicação na atualidade, estão completamente caducados e jamais voltarão, vivemos numa democracia, numa economia aberta, em tempos de informação global, na era da internet, obrigados à maior transparência, quando ocupamos cargos públicos.

Não é com respostas salazarentas que se cala a boca ao Zé. Num país que acaba de saír da maior crise financeira das últimas décadas, quando continuamos a ser obrigados a ter de reduzir o número de papo secos diários, a confiança nos governantes só se restabelece, se eles próprios forem os primeiros a ser e mostrar, que estão empenhados e disponíveis para o cumprimento das regras democráticas, independentemente dos amigos que tem, que só o são na realidade, se souberem respeitar quem os elegeu.

Carlos Santomor

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