O Cardeal D. Américo Aguiar, comemorou na sexta feira (26), o primeiro aniversário da tomada de posse como IV Bispo de Setúbal, sucedendo a D. José Ornelas, no mesmo dia em que há 49 anos, foi ordenado bispo D. Manuel Martins, o I Bispo de Setúbal.
Segundo o próprio, “o primeiro ano foi marcado pela necessidade e vontade de conhecer a fundo a diocese, seja no âmbito eclesial, seja no âmbito civil, na tentativa de chegar a todos, todos, todos, como pede o Papa Francisco”.
Mensagem do Cardeal D. Américo Aguiar, IV Bispo de Setúbal
Saudações fraternas a todos, todos, todos.
Nunca escondi de ninguém, a minha profunda admiração e amizade pelo nosso saudoso D. Manuel Martins. E também nunca imaginei que as nossas vidas ficassem ligadas, de uma forma tão clara: no dia em que celebramos o 49º aniversário da sua ordenação e tomada de posse nesta amada Diocese, celebra-se também o meu 1º aniversário, como Bispo de Setúbal.
Faço memória agradecida do pontificado e da vida dos meus antecessores, D. Gilberto e D. José, graças a Deus ainda entre nós.
Com saudade sufrago os que partiram recentemente: o Pe. Rodrigo, o Pe. Russo e o Pe. Acílio; que junto de Deus intercedam por mais santas e missionárias vocações entre nós.
Quis a Igreja que eu vivesse este dia em Roma…mas não há distâncias no coração, como diz o poeta, e à medida que vou escrevendo estas linhas, consigo rever centenas de caras, de sorrisos e de conversas que tive ao longo deste ano; vejo as fábricas e escolas que visitei, as juntas de freguesia, os quartéis de bombeiros, os lares de idosos, as creches, os bairros por onde andei; as paróquias e as igrejas; reconheço as vozes de tantos sacerdotes e de quem trabalha comigo todos os dias; tenho na memória o traçado das ruas e a vista do mar e da serra. Recordo os nossos autarcas, todos os eleitos para órgãos de representação e governo e todos os servidores públicos. Tudo e todos estão aqui, na cabeça e no coração deste vosso Pastor.
Aprendi com D. Manuel Martins como é decisivo conhecer as pessoas pelo seu nome próprio, saber o que pensam, partilhar as dores e alegrias das suas famílias. É o que tenho procurado fazer, como vosso Bispo e é o caminho que quero continuar a fazer, enquanto Deus assim o quiser.
Os trabalhos sinodais vão acontecendo, dia após dia, numa experiência única de partilha e confiança na ação do Espírito, que guia a Igreja universal. E todos os dias rezo. Rezo pela Paz, rezo pelo Papa Francisco, pelos Bispos e sacerdotes de todo o mundo. Rezo pelos mais pobres, os mais frágeis, as crianças e os migrantes. Rezo pelo nosso Portugal. E rezo pela nossa Diocese, por todos, todos, todos. Gostava de chegar a cada casa, a cada família, a cada instituição e dizer-vos, olhos nos olhos: «Rezo por vós. Entrego as vossas vidas, alegrias e tristezas, esperanças e desânimos. Tudo entrego a Deus, neste lugar sagrado, neste tempo único na vida da Igreja.»
Imensamente grato por tanto que já recebi, enquanto vosso Bispo, deixo a minha bênção a cada um de vós, às famílias, às crianças, aos adolescentes e jovens, aos menos jovens, a quem tem trabalho e a quem não tem, aos que criam emprego, à grande família da pastoral sócio caritativa, aos doentes; deixo a minha bênção aos meus irmãos no sacerdócio, aos diáconos, às catequistas, aos responsáveis de todas as pastorais e serviços da diocese; deixo a minha bênção aos que têm Fé, aos que a procuram, aos que a perderam.
O Amor de Jesus por cada um de vós, por cada um de nós, é o tal tesouro que transportamos em vasos de barro. Que este Amor se derrame sobre todos e nos ajude a viver com esperança e confiança, todos os dias. Conto poder rever todos na Casa da nossa Mãe, em Fátima, na Peregrinação Diocesana do próximo dia 9 de novembro.
Com Maria, até Jesus,
+ Cardeal Américo, Bispo de Setúbal
Roma, 26 de Outubro de 2024
Crd_Diocese de Setúbal