As apostas e previsões aumentam significativamente neste período de Mundial de futebol na Russia, quando as equipas disputam cada palmo de terreno, para conseguir o tão ambicionado troféu. Um contexto de desporto e ilusões onde a tecnologia entrou em força com o objetivo de transformar o mundo futebolístico, quer seja com emissões em 4k, chips NFCs que seguem a bola ou os sistemas VAR, entre outros.
– Poderíamos chegar a vaticinar quem será a equipa vencedora deste Mundial? A pergunta, embora arriscada, não é descabida. “Num mundo desportivo cada vez mais equiparado, competitivo, onde os pequenos detalhes separam a vitória da derrota, o Sports Analytics ganha força como um factor diferenciador, dando uma possibilidade de quotas de sucesso inimagináveis às equipas que saibam tirar partido daqui”, refere Nacho Álvaro Fariñas, Head of Data Technologies & Analytics na Minsait, a unidade de transformação digital da Indra.
Embora a análise de dados aplicada ao desporto não seja uma novidade, os avanços verificados nos últimos anos fizeram dela um ponto de referência ao nível da competição. “Os clubes que decidiram utilizar esta opção estão a ter vantagens significativas em relação a equipas equiparadas e, inclusivamente, uma utilização eficiente permite que equipas mais pequenas possam competir em igualdade de circunstâncias com equipas maiores”, refere Noélia Gonzalez Rodriguez, Data Scientist na Minsait. Esta situação verificou-se com o Leicester City na temporada 2015/2016 da Premier League inglesa quando, com uma equipa modesta, foi campeão depois de utilizar análise de dados para prevenir lesões e conseguiu ser a equipa com menos lesões na competição.
A optimização do rendimento nos desportistas, a prevenção de lesões, a fidelização de adeptos…os aspetos que se podem avaliar são vários e, muitos deles, determinantes para o próprio desenlace. “As competições desportivas medem-se por detalhes imperceptíveis e controlá-los pode ser decisivo” refere a Indra.
Se atualmente as provas dadas começam a ser eloquentes, no futuro os especialistas coincidem em que a análise de dados vai ganhar influência dentro da gestão desportiva e a sua relevância será chave para otimizar os resultados, convertendo-se em algo habitual e básico para a toma de decisões dentro dos clubes e equipas. A própria evolução do big data também propiciou a sua amortização. A empresa refere ainda que, hoje em dia, “graças à tecnologia cloud e às comunidades open, já não se requer um grande investimento. O importante é ter os dados”, e esses, já se podem obter sem problemas.
A unidade de transformação digital da Indra estima que durante um jogo de futebol se podem chegar a gerar mais de 8,5 milhões de dados que podem ser recompilados com aplicações já existentes e que ajudam a um controlo detalhado do rendimento, a melhorar o resultado nas competições ou à captação e retenção de talento. A análise destas e de outras variáveis proporcionam fiabilidade e padrões ocultos que à primeira vista não se podem observar, tanto para a estratégia de jogo, como para as próprias contratações, com dados objetivos que permitem avaliar os desportistas em função dos benefícios que possam proporcionar à equipa, convertendo-se deste modo num elemento informativo que os clubes não podem deixar passar ao lado.
Um caso real, levado a cabo pela equipa de Data Scientists da Minsait, é a análise da quantidade indigente de informação gerada nos jogos de futebol para detetar as jogadas ensaiadas em real time, onde em questão de segundos e utilizando técnicas machine learning se podem detetar estas jogadas nas equipas adversárias. Graças à informação gerada durante um jogo nas redes sociais consegue-se fazer uma análise para ajudar a equipa técnica.
