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A ANDAR denuncia alteração das prescrições médicas

A ANDAR denuncia alteração das prescrições médicas

A Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) alerta para a existência de situações em que os medicamentos, biotecnológicos, dispensados pelas farmácias hospitalares podem não ser aqueles que foram prescritos pelos médicos.

“Temos recebido, nas últimas semanas, várias denúncias de doentes que saem das farmácias hospitalares sem saber exatamente qual o medicamento que lhes é fornecido e sem saber se o seu médico foi informado da troca”, alerta Arsisete Saraiva, presidente da A.N.D.A.R.

Estas denúncias já motivaram, por parte da A.N.D.A.R. e de outras associações de doentes crónicos, um pedido de audiência ao ministro da Saúde. Em causa estarão as novas orientações da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT) do INFARMED sobre a mudança de medicamentos biológicos para biossimilares, que recomendam a utilização de fármacos mais baratos.

“Não podemos permitir que as farmácias hospitalares alterem o tratamento prescrito sem ter em conta a opinião do médico e sem o devido consentimento dos doentes. Isto fragiliza a relação entre médico e doente, que é fundamental, ainda mais no caso das doenças crónicas como a artrite reumatóide”, sublinha Arsisete Saraiva. “É o médico, quem melhor conhece o doente e sabe do seu historial clínico, deve ser ele o principal responsável pela prescrição. A escolha do medicamento não pode transitar para a CNFT, de cada hospital e muito menos ter por base critérios meramente economicistas”.

Este tema estará em destaque nas XVIII Jornadas da A.N.D.A.R., que decorrem hoje, no Hotel Altis. Às 14h30 está agendada uma Mesa Redonda sobre genéricos e biossimilares com Carlos Alves, presidente da CNFT, e os reumatologistas Fernando Pimentel, Filipe Araújo e João Madruga Dias. Discussão que contará ainda com a participação de Cláudia Furtado, do INFARMED, Elsa Mateus, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Rute Simões Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, numa intervenção que terá como foco o esclarecimento dos doentes sobre este tema.

Os biossimilares são, como o próprio nome indica, medicamentos similares aos biológicos de referência, mas não totalmente iguais, ao contrário do que acontece com os genéricos, que são uma cópia fiel dos medicamentos convencionais. Desenvolvidos a partir de células vivas, os medicamentos biológicos passam por um processo extremamente complexo, daí ser impossível a reprodução de cópias iguais.

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