Uma ilha privada, uma marina, quatro iates, barcos de pesca desportiva, quintas, restaurantes flutuantes, aquários de criação de tartarugas e golfinhos e um número na ordem da centena de funcionários, para tratarem das suas propriedades, são algumas das revelações produzidas no livro “A Vida Secreta de Fidel Castro”, o testemunho de um ex guarda costas pessoal.
A vida dupla de um líder revolucionário, que cedo adotou o estilo capitalista, que escondeu do seu próprio povo, nos últimos cinquenta anos. Por alguma razão, era sempre acompanhado por 10 guarda costas.
A denúncia é feita em livro por Juan Reinaldo Sanchéz, ex guarda costas, que trabalhou com Fidel durante 17 anos, mas que acabaria preso, conseguindo escapar da ilha e estabelecer-se em Miami, a maior colónia de refugiados cubanos e aí, apoiado pelo jornalista francês, Axel Gyldén, conta o que testemunhou, enquanto funcionário às ordens do “ditador”, desvendando os gostos e prazeres secretos, do senhor de Cuba.
O ex-funcionário revela que o líder cubano nunca renunciou aos “confortos do capitalismo”, afirmando que Fidel vivia na ilha privada, situada em Cayo Piedra, a sul da Baía dos Porcos, que para além da reserva de animais, contava com um aquário para criação de tartarugas e golfinhos.
Segundo se lê no livro, o acesso à ilha privada era feito com o iate particular de Fidel, construido em madeira nobre vinda de Angola e com motor oferecido pelo ex-presidente soviético Leonid Brezhnev.
Fidel sempre teve uma vida dupla, aquela em que se mostra austero, revolucionário, disposto a ajudar os desprotegidos a derrubar as ditaduras, mas que em privado, é o exemplo do mesmo capitalista, que atacava nos longos discursos de horas e horas, ao sol das Caraíbas.
O guarda-costas revela que Fidel sabe como se mostrar modesto e sensível, mas portas adentro, nem a relação familiar escapava, dando o exemplo da esposa, que tinha de responder servilmente a todas as solicitações do homem, sem um único gesto de afeto.
Já com as “señoritas”, as amantes, fidel era completamente diferente, cortês, portador de flôres nos aniversários, obsequiante e afetivo, revela Sanchéz.
Segundo conta o jornalista e autor da obra, ao The Guardian: “Esta foi a primeira vez que alguém do círculo íntimo de Castro falou em público”, “o que muda completamente a imagem que temos de Fidel, porque o seu estilo de vida, contradiz tudo o que prega”.
Recorde-se que em 2006, a revista Forbes incluiu o ex-presidente cubano, na lista dos líderes mais ricos do mundo. Nessa altura Castro negou, mas não convenceu.