A Central Nuclear “Almaraz” instalada na província de Cáceres, Extremadura Espanhola, a dois passos da fronteira portuguesa, deveria ter encerrado em 2010, mas continua a laborar, por entre falsas medidas de segurança, avarias, equipamentos caducos e perigosas infiltrações.
Como se não fosse suficiente, o Governo Espanhol ainda autoriza a construção de um armazém de resíduos nucleares na área da central, o que a acontecer, eleva o risco de uma catástrofe, para níveis incontroláveis, ao arrepio de exemplos e consequências já conhecidos no planeta.
Segundo a imprensa do país vizinho e apesar de agora o negar, a administração daquela central, foi obrigada a admitir “o incumprimento das especificações referentes à proteção contra incêndios”, sabendo-se entretanto que o Conselho de Segurança Nuclear, detetou a falsificação de documentos, no plano de gestão de medidas contra incêndios.
Instalada junto ao Rio Tejo, que alimenta a central, não há garantias de que o sistema de refrigeração daquela instalação nuclear, funcione com normalidade, conhecidas que são as falhas que ocorreram recentemente, nos motores das bombas de refrigeração.
É urgente que o Governo português assuma uma posição de força, que trave a iniciativa de Espanha no que se refere à construção do armazém de resíduos nucleares, naquele espaço e pressione o mesmo governo, recorrendo se necessário, às instituições internacionais, para que a atividade da central não se prolongue até 2023, como está planeado pelo diretório Espanhol.
A decisão de prolongar a vida e laboração daquela instalação, conhecidos os riscos que são latentes, sobretudo ao arrepio das normas de segurança nuclear, deve configurar um crime contra a humanidade, por cometimento consciente e irresponsável, na eventualidade de ocorrer uma tragédia.
Por isso, está mais do que justificada uma mobilização nacional, contra a laboração da Central Nuclear de Almaraz, uma vez que a distância a que a mesma se encontra da nossa fronteira, é curtíssima, apenas 100 kms, o que numa situação de acidente nuclear, nos afeta diretamente de forma catastrófica, com consequências e danos irreparáveis durante muitas décadas.
Carlos Santomor