A HousingAnywhere International, plataforma de arrendamento de médio a longo prazo da Europa, divulgou o ‘Rent Index by City’ para o 4º trimestre de 2024, o qual revela um aumento de 3,1% nos preços das rendas em toda a Europa. face ao ano de 2023.
Nesta análise foram contemplados imóveis como apartamentos, quartos e estúdios, que tiveram os seus preços aumentados em 3,6%, 2,6% e 2,9%, respetivamente. Apesar deste crescimento, em comparação com o 3º trimestre deste ano, registou-se um decréscimo dos preços de 1,6%.
No total, a HousingAnywhere, analisou os dados de arrendamento de mais de 78 mil apartamentos mobilados com 1 a 3 assoalhadas, quartos e estúdios em 28 cidades de 12 países europeus.
Ao longo de 2024, os preços das rendas apresentaram uma tendência de aumento, contudo, a taxa de crescimento registada no 4º trimestre (3,1%) foi a mais baixa dos últimos anos.
“Apesar de 2024 terminar com uma taxa de aumento de preços mais baixa face a anos anteriores, o acesso à habitação a preços aceitáveis continuará a ser um dos maiores desafios em 2025 para os governos europeus. A falta de habitação a preços acessíveis cria uma barreira ao crescimento das famílias, estudantes e jovens profissionais que procuram novas oportunidades. 2025 deverá ser o ano de dar um passo significativo na criação de novas soluções habitacionais.”, afirma Djordy Seelmann, CEO da HousingAnywhere.
Lisboa e Porto registam decréscimo nos preços dos apartamentos, mas outros países da Europa veem os valores aumentar
No 4º trimestre de 2024, verificou-se um crescimento de 3,6% nos preços dos apartamentos mobilados com 1 a 3 quartos a nível europeu. Contudo, Portugal seguiu um caminho diferente, com os preços a registarem uma queda, afastando-se da tendência de crescimento observada noutros países.
Atualmente, o valor de aluguer de um apartamento mobilado em Lisboa ronda os 1.650€, menos 2,9% do que o ano passado e menos 5,7% em comparação com o trimestre anterior. No Porto estes decréscimos são ainda mais acentuados, com os preços das rendas a rondar os 1.100€, o que se traduz em menos 4,3% face a 2023 e menos 25,7% em relação ao trimestre passado.
Nos restantes países da Europa, as cidades alemãs de Estugarda (1.890€) e Frankfurt (1.700€) registaram os aumentos mais acentuados de todas as regiões analisadas em comparação com o ano passado, com um crescimento de 26,4% e 22,3%, respetivamente. Roterdão (1.950€), nos Países Baixos, também apresentou um encarecimento de 22,3%. Nas restantes cidades, tanto alemãs como holandesas, os preços baixaram.
Na vizinha Espanha, os preços subiram 12,7% em Valência (1.465€) e 7,7% em Madrid (1.616€), mas mantiveram-se estáveis em Barcelona (1.550€). Em Itália, com exceção de Bolonha (1.695€) que registou um decréscimo de 3,3%, os preços dos apartamentos também aumentaram, nomeadamente em Turim (1.100€) que subiu em 15,8%.
Assim como os preços dos apartamentos, a nível europeu os valores dos quartos também aumentaram em relação ao ano passado, mais especificamente em 2,6%. Apesar destes aumentos generalizados, Portugal registou tendências mais estáveis, com os preços dos quartos a manterem-se inalterados no Porto e a diminuírem 2,3% em Lisboa. Na Invicta, o valor de um quarto ronda os 450€ e, na capital, 550€.
No resto da Europa, à semelhança dos apartamentos, também é nas cidades alemãs e holandesas que os quartos são mais caros, com rendas médias que atingem os 1.000€ em Amesterdão e os 890€ em Hamburgo. Por outro lado, Atenas e Budapeste apresentam os quartos mais baratos, que custam em média 400€ e 350€, respetivamente.
Em Itália, Bolonha (700€) foi a cidade que registou o maior aumento deste índice, com 16,7%, tendo as rendas subido também 3,9% em Turim (530€), 3,3% em Roma (620€) e 1,7% em Florença (600€). Em Espanha, os preços dos quartos também aumentaram nas três cidades analisadas, sendo que em Valência (410€) e Madrid (620€) foram as que registaram um maior crescimento com 9,3% e 7,8%, respetivamente.
Nos Países Baixos, nomeadamente em Roterdão (825€), os preços subiram 6,1%, motivado pelas restrições da oferta de quartos para estudantes. Na Alemanha, voltou a verificar-se uma disparidade, com o maior aumento (5,8%) em Düsseldorf (634€) e a maior descida (6,0%) em Colónia (799€).
Seguindo a linha dos outros imóveis, os estúdios também tiveram os seus valores aumentados em comparação com o ano anterior, nomeadamente em 2,9%. Nesta categoria existem um menor número de cidades analisadas, uma vez que também existem menos estúdios.
Em Portugal, os valores de aluguer dos estúdios em Lisboa rondam, atualmente, os 1.150€, o que se traduz num aumento de 9,5%. Já no Porto, o valor é 900€, o que representa um crescimento de 1,2%. Apesar deste aumento anual, face ao trimestre passado, a cidade Invicta viu os preços descerem em 18,2%.
Espanha registou algumas das subidas de preço mais significativas, com um aumento de 21,2% em Madrid (1.200€) e 16,3% em Barcelona (1.105€). As maiores descidas de preço ocorreram em Valência (800€) e Berlim (1.210€), que registaram uma queda de 11,1% e 6,9%, respetivamente.