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Ativistas invadiram o negócio dos jatos privados

Uma centena de apoiantes da Greenpeace, originários de 17 países, invadiram esta terça feira, a Convenção e Exposição Anual de Aviação Executiva Europeia (EBACE), em Genebra, a maior feira de venda de jatos privados da Europa, exigindo o fim dos jatos privados.

Esta ação segue-se a uma série de protestos contra os jatos privados, como o ocorrido no aeroporto Tires em Portugal, Schiphol em Amesterdão, e às ações no âmbito da campanha “Make Them Pay”, realizadas nos últimos meses. A iniciativa contou com a participação do grupo Stay Grounded, Extinction Rebellion, Scientist Rebellion, Abolir Jatos Privados (de Portugal), e outros grupos de justiça climática.

Os ativistas ocuparam pacificamente jatos expostos naquele evento empresarial no aeroporto de Genebra, tendo-se acorrentado aos aviões e à entrada da exposição, para impedir a entrada de potenciais compradores. Os manifestantes também colaram rótulos gigantes de advertência sanitária, idênticos aos do tabaco nos jatos, marcando-os como objetos tóxicos e avisando que “os jatos privados queimam o nosso futuro”, “matam o nosso planeta” e “alimentam a desigualdade”.

Entretanto, em altifalantes transportados pelos ativistas, o público era alertado para as consequências dramáticas, provocadas pelos jatos privados, alertando para a crise climática, e denunciando a hipocrisia demonstrada ao promoverem os jatos privados, quando se verifica uma desigualdade social crescente, no planeta.

Os jatos privados assim bem como as emissões de outros bens de super luxo, não estão atualmente regulamentados na Europa, são na generalidade excluídos da legislação fundamental da UE, que supostamente visa combater as emissões de gases com efeito de estufa. Esta pseudo ignorância legal,  ignora deliberadamente o facto dos  jatos privados serem o meio de transporte mais poluente, mais consumidor de energia e mais injusto por passageiro.

De acordo com estudos recentes, os voos privados produzem cerca de 10 vezes mais CO2 do que um voo comercial por passageiro-quilómetro e causam quantidades desproporcionadas de poluição por micro-partículas e ruído, que são prejudiciais para a saúde, bem-estar, ambiente e clima. As emissões de CO2 provocadas pelo tráfego dos jatos privados na Europa, atingiram níveis recorde nos últimos anos, de acordo com um estudo encomendado pela Greenpeace.

Enquanto os mais ricos recorrem ao estilo de vida de mobilidade mais poluente do mundo para poupar apenas algumas horas, de acordo com a Boeing, 80% da população mundial nunca viajou de avião, mas suporta o peso da crise climática.

Um estudo da Oxfam refere que 20 milhões de pessoas são deslocadas todos os anos,  devido a condições meteorológicas extremas, forçadas a fugir das suas casas e a morrer devido às secas e inundações causadas e agravadas pela crise climática.

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