O último álbum gravado pelo lendário Chuck Berry, que deixou o nosso convívio no passado dia 18 de março, aos 90 anos de idade, chega às lojas a 16 de junho. Intitulado “CHUCK”, este album reúne as mais recentes gravações de Chuck Berry em quatro décadas.
“CHUCK”, o álbum, inclui ao todo dez novas gravações, das quais oito foram compostas por Berry. “Chuck” é o primeiro álbum do músico desde “Rock It”, lançado originalmente em 1979.
O novo disco foi gravado e produzido pelo próprio Chuck Berry em vários estúdios em St. Louis, nos EUA, e inclui participações do seu grupo de sempre, incluindo os filhos Charles Berry Jr. (guitarra) e Ingrid berry (harmónica, voz), e ainda Jimmy Marsala (baixista de Berry durante 40 anos), Robert Lohr (piano) e Keith Robinson (bateria), que tocaram consigo durante quase duas décadas em mais de 200 concertos na residência que teve no célebre clube Blueberry Hill.
O álbum também inclui participações de convidados como Gary Clark Jr., Tom Morello, Nathaniel Rateliff e Charles Berry III, neto do próprio Chuck Berry. Já o aclamado escritor e historiador Douglas Brinkley escreveu um artigo que é agora incluído nesta edição de “CHUCK”.
Este novo álbum é apresentado pelo single “Big Boys”, que conta com as colaborações de Tom Morello e Nathaniel Rateliff, e que Brinkley descreve como “um hino nacional para os guitarristas”. O tema já está disponível em streaming.
“Preparar este álbum nos últimos meses, na verdade, ao longo dos últimos anos deu-lhe uma grande sensação de alegria e satisfação”, disse a família de Berry num comunicado partilhado no Facebook no início da semana. “Apesar de termos os nossos corações muito pesados neste momento, sabemos que não temos outro desejo que não seja lançar este álbum para o mundo e não existe melhor forma de celebrar e lembrar os seus 90 anos de vida a não ser através da sua música.”
Algumas canções de “CHUCK” foram originalmente concebidas nos anos 1980, tendo Berry começado a trabalhar nelas no seu estúdio de casa, em St. Louis, durante muitos anos entre digressões. Acabou por trabalhar mais ativamente no álbum em 2014. Devido a problemas de saúde, o músico foi obrigado a parar de gravar e de dar concertos em 2015, mas manteve-se a supervisionar a produção e planeamento de “CHUCK”, fazendo-se rodear de pessoas próximas como o amigo Joe Edwards, proprietários do Blueberry Hill, parar conseguir concretizar o desejo de terminar e lançar o álbum. E desde o grande destaque que é “Lady B. Goode”, uma sequela espiritual do icónico “Johnny B. Goode”, com solos de três gerações de guitarristas da família Berry, à balada country acutilante que é “Darlin’”, um dueto com a sua filha Ingrid, “CHUCK” é uma verdadeira história de família.
“Trabalhar no disco do meu pai foi uma das melhores experiências da minha vida”, disse Charles Berry Jr. “Vou parar sempre guardar as conversas sobre músicas que tivemos e o tempos que passámos a concluir [o disco].”
O desaparecimento de Chuck Berry gerou uma enorme onda de apoio e condolências de fãs, músicos e líderes mundiais de todo o mundo, desde membros dos The Rolling Stones e Beatles, aos antigos presidentes dos EUA Barack Obama e Bill Clinton.
A revista Rolling Stone referiu que Chuck Berry “definiu o rock & roll durante os primeiros anos e nas décadas que se seguiram”. Já o jornal The New York Times apelidou o músico como “o mestre teórico e génio conceptual do rock, o compositor que compreendeu o que os miúdos queriam antes deles próprios saberem”, acrescentando ainda que passados 60 anos, as suas primeiras músicas “ainda soam ousadas e audaciosas”.