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Coêdo é palco do Festival Lua Cheia – Arte da Aldeia

Coêdo é palco do Festival Lua Cheia – Arte da Aldeia

O Festival Lua Cheia – Arte da Aldeia tem por palco a aldeia do Coêdo na freguesia de Adoufe, concelho de Vila Real, de 20 a 25 de Julho, com uma programação que tem previstos cinco espetáculos de teatro e uma sessão de cinema.

Além de uma noite inteiramente dedicada ao cinema, a edição deste ano, reserva, ainda, lugar para as artes plásticas, destacando-se, a inauguração da obra “Tragos e Komos”, da autoria do artista plástico Carlos No.

As máscaras de madeira do Carnaval de Lazarim são o ponto de partida da conceção de “Fardo”, espetáculo que marca o arranque do Lua Cheia. A noite de 20 de julho promete, por isso, envolver o público no jogo teatral da máscara, num espetáculo de carácter poético e universal. Já a 21 de julho, os espectadores são convidados a entrar numa viagem em que os contos assumem o papel principal. “Conto Contigo”, uma coprodução com o Espaço Miguel Torga e o Município de Sabrosa, dá vida aos contos de António Modesto Navarro, Miguel Torga e João de Araújo Correia, acompanhados pela música ao vivo de Rui Fernandes. Na fronteira da narração com a representação teatral, este é o momento perfeito para que os contadores de contos da plateia se voluntariem e que se tornem o ator principal da história.

O teatro volta ao palco a 22 de julho, numa noite reservada para a segunda parte do “Zona”, do Projecto Ruínas, peça que se debruça sobre a pandemia e que conta histórias das pessoas vítimas de patologias, maleitas e infeções de todo o tipo. E depois do teatro, o cinema. “E agora, onde vamos?”, um filme de Nadine Labaki, é o destaque de 23 de julho. Já na noite seguinte, subirá ao palco “Filho?”, uma interrogação teatral para a infância e juventude, criada em conjunto pelo Teatro O Bando e pelo Teatrão, a partir do romance “Para Onde Vão os Guarda-Chuvas”, de Afonso Cruz. O festival Lua Cheia termina a 25 de julho, com uma produção da Peripécia Teatro: “13”, peça que pretende repensar os dogmas em torno da suposta missão espiritual da Igreja Católica. O programa do festival integra, ainda, e a seguir a cada espetáculo, um momento de tertúlia, que junta artistas e espectadores, e que será moderado por um elemento da Peripécia Teatro.

Convidado pelo Teatro Peripécia para integrar a edição deste ano do Lua Cheia – Arte na Aldeia, Carlos No é o autor de “Tragos e Komos” – palavras gregas que significam “besta” e “festa”, respetivamente, e que estão na origem das palavras tragédia (tragoidia) e comédia (komoidia). A obra, inédita, que foi concebida para ser colocada junto à entrada do espaço da Companhia de Teatro Peripécia, em Coêdo, apresenta-se como um de sinal de “trânsito proibido” adulterado e onde o artista trabalhou os conceitos de território, fronteira, margem e exclusão. Carlos No questiona, de forma irónica, estética e lúdica, os conceitos acima referidos, levando-nos a repensar a relação com o outro, a relação normativa, de poder e de superioridade do Homem face ao seu semelhante, com as respetivas implicações em termos de abuso de poder, restrição de liberdades ou, até mesmo, do direito à vida.

O conceito geral do festival Lua Cheia – Arte na Aldeia reside exatamente na importância de colocar a arte em diálogo com o espaço e comunidade rural e surge do objetivo da Peripécia em se abrir à sua comunidade local, completando a sua presença diária na aldeia e fazendo com que a arte seja respirada no seu dia-a-dia. Os bilhetes para os espetáculos, que têm início às 22h00, podem ser adquiridos online, em www.bol.pt, ou na bilheteira física, no local do festival. Os bilhetes têm o custo de três euros e, este ano, tendo em conta as restrições relacionadas com a COVID-19, a lotação máxima é de 56 lugares (sentados). Mais informações em https://peripeciateatro.com.

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