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Dilatar os prazos de pagamento agrava o desemprego
Dilatar os prazos de pagamento agrava o desemprego

Dilatar os prazos de pagamento agrava o desemprego

O estudo Industry White Paper 2016 da “Intrum Justitia” que analiza os inquéritos enviados a cerca de 10 000 empresas em 29 países europeus, para compreender o comportamento de pagamento e saúde financeira das empresas, refere que este ano, existem significativas diferenças nos atrasos dos pagamentos da dívida e na forma como ela afeta as diferentes indústrias.

Em Portugal, o Industry White Paper 2016 analisou 3 setores de atividade: Indústria; Comércio Grossista e Retalho; Transportes e Armazenamento. De acordo com o estudo, em todos os setores as empresas foram convidadas a aceitar condições de pagamento mais dilatadas do que seria razoável e consideram que o risco de incumprimento dos seus clientes vai manter-se estável nos próximos 12 meses.

No setor da Indústria, os inquiridos identificam algumas das consequências dos atrasos de pagamento e apontam os custos com juros adicionais, perda de rendimentos, problemas de liquidez, ameaça à sobrevivência, impossibilidade de crescimento, despedimentos de funcionários e incapacidade de contratar novos funcionários, como os mais relevantes.

Em Portugal, três quartos dos entrevistados neste setor (75%) dizem nunca ter enviado as suas faturas pendentes para uma empresa de recuperação de crédito e cobranças. Uma percentagem bem superior à média europeia que se situa nos 39%.

O setor do Comércio Grossista e Retalho é outro dos mais penalizados pelos atrasos nas cobranças das faturas, indicando o Estado e as empresas públicas com uma demora em média de 102 dias para liquidar as suas dívidas. A diminuição do lucro e a não contratação de novos colaboradores são algumas das consequências apontadas pelos entrevistados neste setor.

Também o setor dos Transportes e Armazenamento tem sido bastante afetado com os atrasos de pagamento. Em média, os consumidores têm 22 dias de prazo de pagamento e pagam após 34 dias, as empresas negoceiam pagamento em 45 dias e pagam após 77 dias e no setor público o prazo de pagamento é de 31 dias e as faturas são liquidadas após 62 dias.

Para Luis Salvaterra, Diretor Geral da Intrum Justitia: «verifica-se um aumento do risco por toda a Europa onde muitas empresas são pressionadas para aceitar prazos de pagamento mais longos. Em média, 46% das empresas pesquisadas foram convidadas a conceder novas condições de pagamento. Esta nova realidade e os atrasos de pagamentos têm várias consequências negativas, nomeadamente, despesas com juros adicionais, ameaça à sobrevivência, ausência de crescimento das empresa, despedimentos e a não contratação de novos funcionários».

Quando questionados sobre as principais causas dos atrasos de pagamento, 72% das empresas europeias pesquisadas apontam as dificuldades financeiras e 63% indicam o atraso de pagamento intencional como uma das principais causas.

Três anos após a entrada em vigor da Diretiva Europeia de pagamentos, em todos os países da UE, continua a verificar-se um grande desconhecimento sobre o tema. Menos de um terço dos inquiridos (28%) conhecem esta norma europeia. De salientar um maior conhecimento em países como a França, Itália e Espanha comparativamente com os restantes países.

Sobre o EPR Industry White Paper

O EPR 2016 Industry White Paper da Intrum Justitia revela como a saúde da economia Europeia é afetada pelas indústrias que combatem a falta de pagamento e dívidas que prejudicam o crescimento de negócio, inovação e desenvolvimento tecnológico e a criação de emprego. A diferença significativa na perda de dívida e o desrespeito pelos termos de pagamento sofrido pelos diferentes setores da indústria a nível europeu é destacado neste White Paper.

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