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Dilma da Silva nega semelhanças entre a Venezuela e Ucrânea

Manifestações em Caracas | Foto La Nacion

A Presidente Brasileira afirmou ontem em Bruxelas, no final da reunião com a União Europeia, que a situação política na Venezuela não tem nenhuma similaridade com a Ucrânea. Para Dilma da Silva, a Venezuela vive uma situação “absolutamente díspar” da que se verificou em Kiev e nas restantes cidades da Ucrânea.

Quando interrogada pelos jornalistas, se o Brasil iria intervir junto de Nicolas Maduro, sobre o ataque à liberdade de imprensa que está a acontecer na Venezuela, com o cerco que o governo daquele país está a fazer aos jornais independentes e da oposição, impedindo inclusivamente que estes adquiram papel para trabalhar, Dilma da Silva afirmou que o Brasil é um país que respeita a liberdade de imprensa, mas “não deve manifestar-se a respeito do caso”.

Entretanto segundo notícias que fazem manchete na imprensa internacional, a insegurança naquele país sul americano é cada vez maior, com assaltos em plena rua, saques a supermercados e lojas comerciais, barricadas nos bairros, praças ocupadas, manifestantes mortos e ataques à sede do Partido que suporta o governo, uma avalanche de violência crescente que já vai na segunda semana, sem que se tenha conhecimento de medidas concretas, que contribuam para repôr a normalidade e a ordem pública.

O El País, relata hoje que mais duas mortes se juntaram à conta das vítimas, no décimo terceiro dia de desordens na Venezuela, com o diálogo a ser cada vez mais impossível e a dinâmica de vingança a ganhar formas preocupantes.

Segundo alguns meios reportam a partir de Caracas, o caos está instalado. Ontem segunda feira, os manifestantes bloquearam ruas e avenidas em Caracas e nas principais cidades do país, depois da pausa que se verificou no domingo. Segundo o El País, os bloqueios afetaram sobretudo os bairros de classe média, considerados os baluartes do Chavismo, em cidades como Caracas, Valencia, Maracay, Santo António, San Cristobal, Mérida, Maracaíbo e outras.

No final do dia de ontem, verificavam-se também confrontações entre as forças da Guarda Nacional e manifestantes, na Praça Altamira em Caracas, um reduto que já é simbólico para a oposição.

Num balanço feito pela Procuradora Geral da República, Luisa Ortega Díaz, que é politicamente próxima de Nicolas Maduro, o MInistério público apenas dava conta de treze mortes e a detenção de três polícias, pela sua presumivel responsabilidade no assassínio das primeiras vítimas, nos protestos de 12 de Fevereiro em Caracas.

Entretanto Maduro e os elementos do seu governo, esforçam-se por negar legitimidade aos protestos das duas últimas semanas, que se tem estendido às  principais zonas urbanas, atribuindo os mesmos à ação de forças internacionais, afirmando tratar-se de um complô urdido pelas “potencias estranjeiras conjugadas com os media internacionais”.

Para comprovar essa afirmação, Nicolas Maduro anunciou ontem que terá sido capturado em Maracay, cidade a oeste de Caracas, um “mercenário árabe”, identificado como Jayssam Mokded, presumivelmente de nacionalidade Iraquiana, a quem foram confiscados inúmeros telemóveis e divisas diversas no seu quarto de hotel.

Carlos Santomor

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