Dados do índice de risco 2014, elaborado pela Intrum Justitia, revelam que um ano após a entrada em vigor da diretiva europeia dos atrasos de pagamento, apenas 65% das empresas portuguesas conhecem esta lei, um cenário preocupante quando 84% das empresas nacionais tem problemas de liquidez devido aos atrasos de pagamento, 70% espera uma redução dos lucros e 66% não irão sentir crescimento dos seus negócios.
“Embora a diretiva seja mais conhecida, 65% comparativamente com 42% do ano anterior, 65% das empresas ainda acredita que esta não teve grande impacto nos prazos de pagamento”, revela Luís Salvaterra CEO da Intrum Justitia.
Dos inquiridos, 52% acredita que seria bastante positiva a aplicação desta lei aos consumidores.
O último relatório da Intrum Justitia revela que a percentagem de facturas pagas após os 90 dias é de 27%, valor idêntico ao montante dos anos anteriores. Na verdade, Portugal é um dos países da Europa com o prazo médio de pagamento mais longos da Europa com 83 dias nas empresas, 60 dias nos consumidores e 129 dias no que respeita às entidades públicas.
Para Luis Salvaterra, “Há um ligeiro otimismo no setor empresarial, em Portugal, mas as empresas portuguesas acreditam que o risco de não pagamento aumentará nos próximos 12 meses. Não podemos esquecer que os incobráveis aumentaram 10 mil milhões de Euros nos últimos 12 meses. Se a nível europeu todas as empresas, sector público e os consumidores tivessem pago as suas faturas, na íntegra, o dinheiro economizado em perdas equivaleria a uma injeção de capital nas empresas de mais de 360 mil milhões em toda a Europa”.