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Disparam as queixas contra a Carris por mau serviço

Disparam as queixas contra a Carris por mau serviço

As reclamações contra a Carris e a Carris Metropolitana, dispararam significativamente no Portal da Queixa, por mau serviço e falta de resposta aos utentes. Atrasos, alterações de carreiras e má conduta dos motoristas, motivam a maioria das queixas dos passageiros.

O Portal da Queixa identificou um crescimento do número de reclamações dirigidas às duas entidades na ordem dos 150% entre janeiro e 15 agosto deste ano, na comparação com 2022. A carreira 3710 – entre Costa da Caparica (Terminal) e Lisboa (Areeiro), é das mais reclamadas.

Entre 1 de janeiro e 15 de agosto, foram registadas na plataforma 1.229 reclamações contra as duas entidades, um aumento na ordem dos 150%, em comparação com o período homólogo, onde se observaram 492 queixas. A soma dá um total de 2.183 ocorrências, sendo que a Carris Metropolitana – que só iniciou a sua atividade em junho de 2022 – foi responsável por 80% deste volume.

No período analisado – entre janeiro e agosto -, a Carris foi alvo de 382 queixas (em 2022) e, este ano, somou 1.009, verificando-se uma subida de 164%. Já a Carris Metropolitana duplicou o número de reclamações: foram 110 as registadas em 2022, face às 220 recebidas este ano.

Carris Metropolitana: mais de 120 reclamações durante JMJ

No que se refere à Carris Metropolitana, os dados revelam que os meses com maior volume de queixas em 2022 foram logo após o início da atividade: julho (253), agosto (92) e setembro (155), o que atesta o arranque atribulado da operadora, marcado por fortes contestações dos passageiros. Já este ano, os meses com mais queixas registadas foram: janeiro (414), fevereiro (155) e março (108) e nos meses em que Lisboa recebeu a JMJ (Jornada Mundial da Juventude), observando-se 127 reclamações (de julho até 15 de agosto).

Segundo aferiu a análise, este ano, entre os principais motivos de reclamação dos passageiros contra as duas empresas de transportes públicos urbanos estão: os atrasos e as variações dos horários dos autocarros, a gerar 53.8% das queixas; a motivar 19% das reclamações está a alteração de carreiras, com os consumidores a queixarem-se de “mudanças nos percursos e a remoção de carreiras sem a substituição adequada.”

A conduta dos motoristas é outro motivo de insatisfação, com 12,2% dos passageiros a denunciarem casos de motoristas que “não respeitam paragens, cometem infrações de trânsito e conduzem os veículos de forma perigosa.”

A falta de autocarros, onde as pessoas reclamam da “baixa quantidade de veículos, causando atrasos e sobrelotação”, é o quarto motivo mais invocado e reúne 11.3% das reclamações.

A carreira 3710 – entre Costa da Caparica (Terminal) e Lisboa (Areeiro), é das mais reclamadas. Em segundo, está a número 4701 que liga Lisboa (Oriente) – Vale da Amoreira; segue-se a carreira 4512 com partida de Alcochete (Freeport) – Setúbal (ITS).

“Eu fiz o sinal para parar e ele simplesmente seguiu em frente e para ajudar, só há autocarros de 2 em 2 horas, ou seja, só terei outro autocarro às 22h”, descreve na reclamação dirigida à Carris Gabrielly Vieira.

Outra passageira queixa-se da falta de motoristas na Carris Metropolitana: “É a segunda vez consecutiva que, pela falta de motoristas para fazer as rotas do autocarro 1615, não consegui comparecer no meu local de trabalho.”

De referir que, os indicadores de performance da Carris e Carris Metropolitana no Portal da Queixa revelam que a primeira entidade tem um Índice de Satisfação (IS) avaliado pelos consumidores como “Razoável”, com 58.7 pontos (em 100). Por seu turno, a Carris Metropolitana tem um IS “Insatisfatório” pontuado em 8.3 (em 100), com uma taxa de resposta de 3% e uma taxa de solução de 3.2%.

Recorde-se ainda que, a semana passada, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) pediu dados sobre a eventual exploração de motoristas imigrantes da Carris Metropolitana. A ação surge depois de a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) ter denunciado que mais de 500 trabalhadores oriundos do Brasil e de Cabo Verde estariam a ser foçados a cumprir horas extraordinárias não pagas para saldar dívidas que as empresas assumiram relativamente ao bilhete de voo e ao processo de legalização junto do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).

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