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Disparam as queixas contra as Low-Cost de telecomunicções

Disparam as queixas contra as Low-Cost de telecomunicções

A má qualidade do serviço disponibilizado pelas operadoras de telecomunicações Low-Cost, faz disparar o número de queixas para mais de 1500%, desde a entrada da Digi. Nos últimos seis meses, 74.9% das reclamações foram dirigidas à operadora romena.

Disparou em mais de 1500% o número de reclamações dirigidas às operadoras de telecomunicações low-cost que operam em Portugal. Desde a entrada da Digi (novembro de 2024), os consumidores registaram mais de 2.700 ocorrências relacionadas com falhas no serviço, problemas na ativação e na instalação do serviço. A operadora romena lidera o setor ao absorver 74.9% das queixas.

Os dados do Portal da Queixa mostram que a categoria de Operadoras de TV, Net e Telefone Low-Cost registou um aumento significativo no número de reclamações nos últimos seis meses. De novembro de 2024 até abril de 2025, foram apresentadas pelos consumidores 2.799 queixas, observando-se um crescimento de 1766%, em comparação com os seis meses anteriores (de maio a outubro de 2024), com apenas 150 reclamações registadas na plataforma.

Apesar de ter iniciado operações só em novembro de 2024, a operadora romena Digi veio agitar o setor. No mês da sua entrada, registou-se um pico superior a 500% no volume de queixas, o que colocou a nova operadora no topo da lista de reclamações até ao final do ano passado.

No período analisado, a Digi Portugal é responsável por 74.9% das reclamações. Seguem-se a Amigo (11.97%), a Woo (7.81%), a UZO (5.25%) e a Liga T (0.08%).

Entre os motivos gerais de reclamação contra as Operadoras de TV, Net e Telefone Low-Cost estão: a falha e indisponibilidade do serviço, a gerar 30.9% das queixas; a falha na ativação e instalação do serviço foi a causa apontada em 19.4% dos casos denunciados.

Na origem de 12.4% estiveram o erro de faturação e a dificuldade no pagamento. Já o atraso e não portabilidade foi o motivo invocado em 11.1% das queixas e a falha de rede e cobertura (nacional e roaming) motivaram 10.85% dos casos registados.

A falta de resposta no atendimento ao cliente foi o problema mencionado em 9.95% das ocorrências e a dificuldade na gestão de contratos e serviços pesou uma fatia de 3.54%.

De referir que 78.16% das reclamações dirigidas ao setor, nos últimos seis meses, foram apresentadas por homens, e que mais de 50% das reclamações são de consumidores entre 35-54 anos de idade (54,44%). Lisboa absorve 28.2% das reclamações, seguida do Porto com 19.6% e Setúbal (11.3%).

Na opinião de Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa by Consumers Trust: “A entrada da Digi no mercado português veio dinamizar um segmento até então pouco explorado — o das telecomunicações low-cost — oferecendo uma alternativa de valor para os consumidores mais sensíveis ao preço. Contudo, os dados mostram que a marca não se preparou adequadamente para a avalanche de adesões que gerou, falhando na entrega de um serviço minimamente satisfatório a muitos dos seus novos clientes. A promessa de uma solução acessível e funcional saiu gorada para milhares de consumidores que hoje se sentem arrependidos com a mudança. A Digi tem potencial para se afirmar de forma sustentável em Portugal, mas precisa urgentemente de reforçar a sua estrutura, melhorar os seus processos e adotar uma postura de maior proximidade com os clientes, sob pena de ver a sua reputação colada a uma imagem de desorganização e má qualidade.”

Recorde-se ainda que, durante o apagão nacional, a Digi foi a operadora móvel mais criticada pelos clientes, com falhas prolongadas e queixas a multiplicarem-se. No dia após o apagão (29 de abril), a Digi foi alvo de mais de 500 reclamações no Portal da Queixa. Foi ainda a última operadora a retomar os serviços de forma plena, deixando milhares de consumidores sem acesso a comunicações por mais de 24 a 48 horas consecutivas.

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