Revitalizante. Revigorante. Refrescante. Os primeiros sinónimos, eu sei. O último, apenas um completar, do que fora sentido. É, e usando estes “Re(s)”, que descrevo a minha pós-presença, do concerto, dado pela banda “30 Seconds To Mars”, no passado mês, no dia 29, no espaço MEO Arena, na nossa capital. Para uns, apenas um concerto, para outros, apenas mais um concerto. Para muitos, e aqui me incluo, uma energia oferecida há muito não sentida, quase que, uma nova força de vida. Foi assim, que deixei aquele espaço… Agradecendo mais um momento feliz, para a minha lista de momentos felizes. Porque a felicidade não passa disso mesmo, de momentos. Desta vez, tive a plena consciência, de como me sentia, pois, e como se costuma dizer, só sabemos que era felicidade quando dela saímos. Não é assim?
Consegue-se imaginar, o quão bom foi observar, uma abundância de pessoas, todas com um mesmo objetivo: descontrair. Sair por uns longos e longos minutos, de uma crise, de uma rotina diária. Consegue-se imaginar, o quão bom foi sonhar e vestir a pele dos que são correspondidos, dos que possuem mais do que realmente precisam, dos que do mal retiram sempre algo bom, e dos imaginativos. Ou seja, “LOVE LUST FAITH + DREAMS”. Isto, numa interpretação muito subjetiva.
É, de um igual agrado, que afirmo um profissionalismo, experiente talvez, inato talvez. A voz? Real, principalmente. O som? Música para os meus ouvidos. Os restantes efeitos? Complementaram o espetáculo. A genuinidade e a simplicidade, que acompanharam a interação com o público, foi notável. Foi uma performance completa: Jared Leto fez, cumpriu, conseguiu e concluiu. Expetativas superadas! Desta vez, foi saudável tê-las!
Uma outra razão, para ter gostado do show, foi por haver um término. Por sabê-lo, valorizei ainda mais, quem sabe excessivamente. Ironias engraçadas, estas!
Roubada pelo capitalismo, recuperamos, em momentos como este, a nossa energia criativa, e sentimo-nos capazes de tudo, até de cantar, dançar, tocar. Porque, e obrigados a não descobrir as nossas capacidades, somos, diariamente, convidados a executar o mesmo, o mesmo, e mais do mesmo. Somos levados, a nunca nos elevarmos. A acreditar, que o nosso dever é aceitar e agradecer, porque as coisas são porque são. A acreditar, que já demos o nosso todo, mas não. Somos levados, ao esquecimento, de uma vida para além de uma sobrevivência.
Nós, sem as artes? Sem a nossa essência? Sem aquilo que nos liberta? Que nos enche a alma? Que nos aproxima de nós mesmos? É algo imprescindível, que nos relembra que somos seres criativos, e não máquinas formatadas para. As artes, acordam-nos, desta dormência, que se sente na sociedade. Quem sabe, e relembrando a ironia dita atrás, não sejam necessários mais uns quantos fins, para que se erga um massivo reconhecimento, por uma área, que também merece um lugar entre nós. E não esqueçam, “Somos pobres, mas somos muitos.”, como disse um padre, um verdadeiro padre.
Por: Daniela Simplício