Após quase uma semana de ocupações, os estudantes das várias escolas e universidades juntaram-se à marcha “Unir Contra o Fracasso Climático” que aconteceu este sábado em Lisboa e teve a participação de mais de 1000 pessoas.
O estudantes do Liceu Camões comprometem-se a manter a ocupação ativa e convocam as pessoas para passarem lá durante os próximos dias para lutar e resistir em conjunto, com especial foco na segunda feira, dia em que fará uma semana desde que a ocupação começou.
Nesta ação, os manifestantes exigiram a demissão do ministro que antes de o ser, foi o CEO da empresa petrolífera Partex. Do lado de fora, a manifestação gritou “Fora, fora, fora Costa e Silva”, “Somos a natureza em auto-defesa” e “Prendam o ministro, não os ativistas”, em solidariedade com a ação.
Mais de 30 polícias estiveram envolvidos na operação de neutralização dos ativistas não-violentos que se encontravam dentro do edifício.
A manifestação acabou no Liceu Camões, com cerca de 50 alunos ainda dentro da escola. Os alunos gritavam “Pelo Clima – Unidos – Ocupamos – Resistimos” e exigiam neutralidade carbónica até 2030 e o fim aos fósseis no governo, nomeadamente António Costa e Silva. Estudantes do Liceu comprometem-se a manter a ocupação ativa e convocam as pessoas para passarem lá durante os próximos dias para lutar e resistir em conjunto, com especial foco na segunda feira, dia em que fará uma semana desde que a ocupação começou.
Raquel Alcobia, estudante da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da NOVA, anuncia “embora tenhamos interrompido a ocupação para nos juntarmos à marcha, voltaremos para disromper a normalidade esta segunda-feira, ocupamos até vencer!”
“Receamos mais o fim do mundo” disse Ana Carvalho, uma das estudantes que passou horas na esquadra da 2ª divisão de Lisboa, por ter lutado por um futuro.
A sociedade está a demonstrar-se solidária com o movimento. Mais de 100 professores e investigadores assinaram a carta de apoio às ocupações, incluido vários professores da Faculdade de Letras, que estiveram presentes durante a operação policial desta sexta-feira. O Departamento do Ensino Superior e Investigação do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa também se solidarizou com o movimento, com uma nota de solidariedade enviada para o movimento. Além de professores e investigadores, a comunidade cultural e artística também se está a organizar e expressar apoio, esta conta com mais de 300 subscrições. A carta de apoio termina com “Toda a solidariedade para com a jovem comunidade de estudantes activistas climáticos. Esta luta é de todos nós”.
Após as intervenções do ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, Alice Gato comenta “António Costa e Silva fala sobre crise climática e diz-se solidário, contudo sempre foi um ávido defensor da expansão petrolífera” recordando as palavras do então gestor da Partex Oil & Gas quando os contratos para a exploração de petróleo na Costa Algarvia foi cancelada.
Este é um dos vários argumentos que os protestos estão a usar, são publicamente acessíveis no website do movimento. Clara Pestana, porta-voz da ocupação do Liceu Camões acrescenta “Se o ministro está disposto a dialogar, que apareça na ocupação do Liceu Camões para uma sessão sobre a Crise Climática, entre em contacto connosco para fazer isso acontecer amanhã, segunda-feira”. Outra estudante adianta “Não resolve a crise climática um investimento em energias renováveis enquanto não existe uma transição energética que corte emissões. Não resolve a crise climática solidariedade de um ministro, precisamos de investimento público entre 6 a 9 mil milhões de euros para empregos para o clima que assegure esta transição, algo que é da competência do ministério da economia.”