Na Sede da ORDEM DOS MÉDICOS – Secção Regional Sul, poderá ser apreciada uma exposição individual de Pintura de LUÍS ATHOUGUIA, intitulada “Laboratório de Impossibilidades”, com inauguração no dia 5 de Fevereiro pelas 19h que ficará patente até 19 de Fevereiro 2014.
No texto de apresentação da exposição, por Carlos-Antero Ferreira (Poeta, Académico, Professor Catedrático) pode ler-se:
O discurso criativo de Athouguia ― um tempo narrativo de sintaxe surpreendente, numa gramática de sábias conjugações ― transpõe e amplia a bidimensionalidade plana do papel, para o espaço expandido e infinito da nossa imaginação interpretativa e recriadora.
Um discurso feito de inventados e reinventados momentos, colhidos no magma primário e essencial da criatividade, cristalizado nas formas que persistentemente se organizam e ajustam, e nas quais reconhecemos pequenos xenólitos incluídos no complexo manto da pintura ― pastel seco sobre papel de algodão.
Pintura de sábios acertos e equilíbrios, pintura de insatisfação permanente e busca constante, de uma gestualidade gerada num vocabulário de grande riqueza inventiva, exaltação totémica da cor, em contraste frequente com as inclusões reguladoras, do branco total e do negro absoluto.
Lugar de todos os rituais, na pintura de Athouguia as figurações dos seres e das coisas oferecem-se a leituras múltiplas e incoincidentes e sobre elas pende a luz ácida da angústia de toda a criação, da agonia do destino e do supremo mistério.
Representações fugazes do tudo e do nada, por entre subtis evocações dos quatro elementos fundamentais de Aristóteles e dos reinos da natureza ― saídas da oficina de pintura do Artista neste início de ano, chegaram à Ordem dos Médicos, em Lisboa, obras conhecidas e outras a ver pela primeira vez, deste esplêndido “Laboratório de Impossibilidades”.
No seu laboratório não vejo os almofarizes, cadinhos, balões, tubos de ensaio, provetas, dos tradicionais gabinetes de química ― mas sei que Luís Athouguia se aplica com afinco olímpico e os seus pastéis, na experimental transmutação alquímica dos sentidos, pesquisando a pedra filosofal da nossa felicidade e iniciando-nos nos segredos da sensibilidade, pela via da pedagogia poética das formas e das cores, que dão vida ao seu abstraccionismo medular e concreto.
Sobre Luís Athouguia