Horários compatíveis com a vida pessoal e os valores da empresa são fatores essenciais para retenção de talento no Turismo, conclusões do estudo da perceção do emprego no setor da hotelaria e restauração, realizado pelo Eurofirms Group.
Conhecer o perfil das pessoas que exercem funções no setor de hotelaria e restauração pode ser um bom ponto de partida para criar estratégias de atração e fidelização de talento. Quem o diz é o Eurofirms Group, empresa de RH especializada em gestão de talento, com mais de 30 anos de experiência a nível ibérico no seu mais recente estudo nacional da perceção do emprego no setor da hotelaria e restauração, levado a cabo em maio de 2022.
O turismo é um dos setores que muito contribui para o crescimento económico nacional, e é o sustento de muitas famílias em determinadas regiões de Portugal. Faz, por isso, todo o sentido, analisá-lo e perceber qual a dificuldade que o mesmo demonstra aquando da retenção e atração de talentos.
Uma análise Eurofirms a homens e mulheres que trabalham no setor revela dados interessantes e confirma que a maioria das pessoas que trabalha na área tem efetivamente estudos superiores, valoriza a conciliação familiar, preza e procura melhores condições salariais e suporte de formação profissional que permita aperfeiçoar técnicas. Relevante também é confirmar que os inquiridos se mostram comprometidos com o seu futuro e procuram estabilidade laboral para crescer também a nível familiar.
Contudo, o estudo agora divulgado confirma que, por outro lado, 73% dos inquiridos recebe um salário mensal inferior a 1000 euros e destes, 60% recebem um salário abaixo dos 800 euros por mês. Quando analisado o tipo de contrato, percebemos alguma precariedade, com 26% a contrato a termo certo, 22% a contrato indefinido, 22% em part-time e 17,7% a contrato a temo incerto.
Surgem assim novos desafios para o desenvolvimento e implementação de estratégias que permitam aos gestores, atrair novos talentos e reter os atuais colaboradores. O mesmo estudo da Eurofirms revela que as novas gerações já não são aliciadas pelo salário, mas por oferta de horários compatíveis com a conciliação de tempo livre, e pela identificação com os valores da empresa (41,8%).
A especialista vai mais longe e sublinha que, para uma alteração visível do panorama do setor, é essencial que as empresas pensem, desenvolvam e implementem, uma estratégia assente em quatro pilares: formar, informar, melhorar jornada laboral e oferecer plano de crescimento profissional.
De acordo com Sara Pimpão, country leader do Eurofirms Group em Portugal, “desenvolver um modelo de empresa baseado no bem-estar das pessoas, criando um ecossistema onde o trabalhador se sinta bem e colocando a pessoa no centro, faz com que a felicidade e a produtividade aumentem, consideravelmente. As pessoas são o fator mais importante de uma empresa. Quanto mais felizes se sentirem os trabalhadores, melhores serão os resultados e mais profundas serão as suas raízes na empresa.”.