A Cimissão Diocesana de Justiça e Paz de Setúbal, fez chegar às redações o comunicado intitulado “Fragmentos da Memória Saudosa e Desafiante do Papa Francisco”, onde “assume o compromisso de manter vivo o legado do Papa Francisco.
A Comissão Diocesana de Justiça e Paz da diocese de Setúbal (CDJP) une os seus corações a todos os que estão entristecidos com a dolorosa realidade da morte do Papa Francisco e a sua partida para a Casa do Pai. É um misto de tristeza, com um agradecimento a Deus por ter concedido à Igreja e ao mundo a a graça e a bênção da sua vida.
Sentimo-nos desafiados a fazer frutificar tão excelente legado que nos transmitiu e deixou pelo testemunho da sua vida de pastor apaixonado por todas as sua ovelhas, mas com um cuidado prioritário e especial pelas mais pobres e desfalecidas.
O impulso de fazer nascer vida em abundância nascido do seu coração levou-o a um estilo de vida de simplicidade, proximidade e de solidariedade de destino com “todos, todos, todos,” uma “igreja em saída”, indo ao encontro das periferias humanas, existenciais, geográficas e económicas, denunciando o estigma contra os homossexuais, divorciados ou recasados, acolhendo-os com doçura e misericórdia.
Abrindo portas, sendo ponte entre campos extremados e soluções “impossíveis”, com todos dialogou, católicos e outros cristãos ou de outras religiões, com céticos ou ateus, pensadores, artistas, políticos, economistas, movimentos sociais ou ecológicos.
Como esquecer os seus ousados e proféticos gestos junto dos imigrantes que escapavam do grande cemitério do mediterrâneo, das cercas de arame farpado e armas que lhes eram apontadas, a presença em prisões e bairros degradados, a denúncia duma “economia que mata”, potenciando o aumento das desigualdades sociais e a condenação à miséria e exclusão de milhões de pessoas, o procurar diálogo e entendimentos entre países em guerra, suportando a dor e desilusão pelo fechamento a gestos ou a uma paz justa e duradoura ou à urgente mudança de estilos de vida e políticas perante as alterações climáticas?
Desencadeou um espírito e movimento reformador das estruturas e métodos de ação pastoral. Sacudiu as consciências, enfrentando de modo claro e firme os escandalosos abusos de menores, casos de pedofilia, ostentação religiosa, clericalismo, o mundanismo religioso e tendências dentro da igreja para o regresso ao passado conservador, clerical e tradicionalista.
Neste seu tão valioso e rico legado despertou a Igreja para a sua identidade sinodal, de comunhão, participação e evangelização e através de reformas exemplares na Cúria Romana, confiando a mulheres altas responsabilidades, valorizou a sua vida e missão a que têm direito no seio da Igreja.
A esperança que procurou despertar nas nossas vidas e neste mundo ameaçados por nuvens escuras e incertezas que nos estão a provocar grandes medos e sofrimento vinha da sua fé em Deus cuja “esperança não engana”.
Como Comissão Diocesana de Justiça e Paz comprometemo-nos a manter vivos e conhecidos os seus principais documentos “Evangelii gaudium”, (“A alegria do Evangelho”, “Amoris laetitia”, a (“Alegria do Amor”), “Fratelli Tutti”, (“Todos Irmãos”) “Laudato Si”(“Louvado Sejas”), entre outros, e exortamos todos os nossos irmãos da Igreja Diocesana a assumirem o legado do Papa Francisco.
Como ele tantas vezes pediu continuaremos a fazer chegar as nossas orações ao Pai por ele e, nesta esperança, que o Espírito Santo ilumine a Igreja para que nos seja dado um novo Papa segundo os seus desígnios.
Setúbal 2025/04/24
COMISSÃO DIOCESANA DE JUSTIÇA E PAZ DE SETÚBAL