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Fuga de talentos? Apenas 1% dos jovens portugueses emigra

Fuga de talentos? Apenas 1% dos jovens portugueses emigra

O estudo “Mitos e Realidades sobre os jovens e o mercado de trabalho” da autoria da ‘Randstad’ pretende desmistificar algumas ideias pré-concebidas no que diz respeito aos jovens e a sua participação no mercado de trabalho em Portugal.

Este estudo baseia-se em fontes estatísticas oficiais, como o IEFP, o INE e a Eurostat, e analisa o mercado de trabalho dos jovens em Portugal, comparando-o com outras faixas etárias e com a realidade de outros países europeus.

Uma das principais conclusões deste estudo é a de que não existe uma fuga generalizada de talento em Portugal e que o desemprego entre os jovens é uma realidade no país.

Apresentamos abaixo alguns dos mitos e realidades sobre o mercado de trabalho para os mais jovens em Portugal.

Estão realmente os jovens sobrequalificados? – Ainda que os jovens estejam significativamente mais qualificados academicamente do que as gerações anteriores, é um mito afirmar que estão sobre-qualificados. Em Portugal, 27,5% dos jovens completaram a formação superior, valor que está alinhado com a média da União Europeia. O desafio, neste cenário, passa por conseguir um melhor ajuste às necessidades do mercado de trabalho para que a qualificação disponível seja melhor aproveitada e que se evite um skills mismatch.

Há em Portugal uma fuga massiva de talento jovem? Se compararmos com a média europeia, a percentagem de emigrantes jovens é relativamente alta, a verdade é que a percentagem total de jovens emigrantes sobre o total da população jovem foi de apenas 1,1%, o que significa que, apesar da emigração ser uma realidade, a grande maioria dos jovens permanece em Portugal.

A formação superior é adequada às necessidades do mercado de trabalho, em termos de experiência? – Ainda que a formação superior seja relevante, 65% dos jovens em Portugal não tiveram nenhuma experiência profissional enquanto estudavam no ensino superior e existe um desajuste entre a formação académica e a prática profissional dos estudantes. Assim, a formação superior em Portugal, não oferece uma experiência prática tão relevante como em outros países europeus.

Tem Portugal um grave problema de desemprego jovem? Atualmente, a taxa de desemprego dos mais jovens (dos 16 – 24 anos) é quase 4 vezes superior à taxa de desemprego da população geral. Este valor faz com que Portugal, em comparação com a União Europeia, esteja 3,6 pontos acima da média, uma das maiores da Europa.

Os jovens mudam de emprego com maior facilidade do que outras gerações? – 20% dos mais jovens mudou de trabalho nos últimos 6 meses e 29% planeia mudar nos próximos 6 meses, valores acima do registado noutras gerações e que comprovam que os jovens têm mais facilidade em mudar de emprego.

Os jovens têm realmente preferência por trabalhar em áreas mais tecnológicas? – Em Portugal há uma maior preferência pela formação na área das tecnologias em comparação com a média europeia e mais ainda com os países do sul da Europa. Portugal destaca-se como um dos países da Europa com uma das maiores percentagens de licenciados na área de engenharia, produção e construção, com 19% do total de universitários em Portugal.

É realista assumir que os jovens portugueses ganham menos do que os jovens de outros países europeus? – Em Portugal, os ganhos médios da população geral e também dos jovens (menos de 30 anos) estão abaixo tanto da média da UE como da maioria dos países europeus, particularmente do norte e centro da Europa.

Randstad

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