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FUMO À VISTA ENTRE A FRELIMO E RENAMO???

Leopardo do Gilé

A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique diz ter encontrado “razoabilidade” e “coerência”nas propostas levadas a Satungira (centro de Moçambique, onde se encontra o líder da oposição Dhlakama) pelo Observatório Eleitoral (OE), no âmbito da busca de caminhos e estratégias que possam devolver paz e estabilidade efectivas ao país, terminando, deste modo, com o clima de ameaça e medo resultantes do desentendimento político entre os dirigentes dos dois maiores partidos do país. Havendo razoabilidade a Renamo diz estar, neste momento, a analisar com detalhe as sugestões apresentadas no sentido de, nos próximos dias, apresentar um posicionamento que responda também as preocupações apresentadas pelo Observatório Eleitoral.

Aliás, tendo em conta a razoabilidade das propostas apresentadas pelo OE que o líder da Renamo, logo após o encontro da última sexta-feira, assegurou publicamente que a sua organização ficaria a analisar de forma pormenorizada o conteúdo das propostas para posterior pronunciamento público ao longo desta semana.

Na conversa com a comunicação social o porta-voz da Renamo, Mazanga, não conseguiu precisar a data em que a Renamo vai publicamente apresentar o seu posicionamento em relação as propostas do OE, mas assegurou que tendo em conta a urgência do assunto, a resposta será dada “muito brevemente”.

Depois de o OE ter-se deslocado a Satungira na última sexta-feira, esta terça-feira (10Set) foi a vez de Don Dinis Sengulane (representante da igreja Anglicana em Moçambique) escalar a Serra da Gorongosa para e conversar com Afonso Dhlakama. Efectivamente a conversa teve lugar, embora não tenha produzido indicações positivas como os resultados do encontro Dhlakama – OE.

Na verdade ele foi a Satungira  sensibilizar o Presidente da Renamo para se encontrar com o Presidente da República porque ele (Don Dinis) está muito preocupado com a actual situação. E o Presidente da Renamo também disse que estava muito preocupado com a actual situação, daí que esteve e continua sempre disponível para se encontrar com Guebuza e juntos encontrarem o caminho para a paz e democracia genuína” – esclareceu Mazanga.

Apesar de as missões de facilitação abordarem a globalidade dos assuntos apresentados à mesa negocial pela Renamo, estas (missões de facilitação) incidem as suas propostas na necessidade de um encontro ao mais alto, ou seja, entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama.

O Presidente da República sempre e em tom determinado tem estado, publicamente, a dizer que está plena e completamente disponível a encontrar-se com o líder da Renamo. Entretanto, defendendo que a capital do país é a cidade de Maputo e que o encontro com o líder da Renamo, tratar-se necessariamente de uma audiência, é obrigação do líder da Renamo deslocar-se a Maputo.

Em resposta, o líder da Renamo tem estado a dizer que o local onde se encontra neste momento faz parte do território nacional, daí que o Presidente da República não terá a mínima dificuldade de lá chegar. Crê-se que até esse impasse, do local do encontro será brevemente ultrapassado.

Acredita-se que depois de 19 rondas negociais simplesmente improdutivas, só um encontro entre os dois políticos pode “desobstruir” o diálogo político e encontrar-se o tão almejado acordo político que devolva paz e estabilidade efectivas ao país.

Objectivamente não se conhecem as propostas apresentadas pelo Observatório Eleitoral, mas, o cerne da questão está na busca de moderação para viabilizar o encontro entre Guebuza e Dhlakama, possibilidade que passa por cedências e satisfação das condições apresentadas previamente pelas duas partes.

Questionado se a partir da razoabilidade das propostas do OE, se poderia deduzir alguma aproximação dos pontos de vista das duas partes, Mazanga expôs apenas que “o que é certo são sugestões e propostas que podem ser acolhidas…são sugestões razoáveis e próximas às preocupações da Renamo”.

Um provável encontro entre Guebuza e Dhlakama deve, em princípio, analisar duas questões que são a discussão sobre o pacote eleitoral e a questão das Forças de Defesa e Segurança, deixando de fora a “despartidarização” do Aparelho de Estado e as chamadas questões económicas.

Por: Leopardo do Gilé, algures em Moçambique.
“escreve sem o acordo ortográfico”

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