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Inovação Portuguesa financiada com 27M€

Inovação Portuguesa financiada com 27M€

A Agência Nacional de Inovação (ANI) organizou nos últimos dois dias sessões de esclarecimento sobre as ferramentas de financiamento EIC Accelerator e EIC Pathfinder, em que participaram mais de 200 entidades

Desde que arrancou, em março de 2021, o Conselho Europeu de Inovação já financiou empresas deep tech nacionais em cerca de 27 Milhões de Euros (M€). Só no EIC [European Innovation Council] Accelerator, o principal instrumento da iniciativa integrada no Horizonte Europa, Portugal já captou 22 M€. No EIC Pathfinder, as empresas nacionais arrecadaram 4,9 M€, o que corresponde a 28% do financiamento total obtido por Portugal. No seu conjunto, os dois instrumentos financiaram 30 projetos com participação de entidades portuguesas.

O EIC Accelerator, com candidaturas abertas em contínuo, financiou nos últimos dois anos as seguintes empresas:

C2C-NewCap – A empresa tecnológica, localizada em Odivelas, captou um investimento de 5,4 M€ para desenvolver e trazer para o mercado dois produtos à base de tecnologia de supercondensador para substituir baterias de chumbo em veículos pesados e condensadores de tântalo. O chumbo é um metal tóxico e o tântalo uma matéria-prima crítica e com origem em países com conflitos políticos e sociais. As baterias de chumbo e condensadores fazem parte do nosso dia a dia, estando presentes em veículos e aparelhos eletrónicos, respectivamente. As tecnologias disruptivas desenvolvidas pela C2C-NewCap trazem uma solução eletroquímica mais sustentável que maximiza a utilização de energia, e minimiza custos operacionais e ambientais.

Immunethep – A empresa do Biocant Park, em Cantanhede, está a desenvolver uma vacina que protege contra cinco bactérias responsáveis por 80% das infeções bacterianas em humanos. Estas bactérias representam um grave problema devido à sua resistência a antibióticos. A vacina é estável em diferentes temperaturas o que a torna de fácil armazenamento e transporte. A Immunethep vai receber 2,5M€ numa primeira fase, tornando-a elegível para um investimento adicional que lhe permita dar seguimento aos ensaios clínicos e escalar a nível mundial.

WATGRID – Empresa localizada no Creative Science Park, em Aveiro, viu financiada uma tecnologia que faz a recolha de dados em tempo real através de uma plataforma de análise para ajuste automático dos parâmetros do processo de vinificação, podendo tornar o processo mais sustentável. O projeto teve financiamento aprovado de 2,8 M€.

RUBYnanomed – Empresa de Braga, recebeu 7 M€ para trazer para o mercado mundial o projeto BRIGHT, um novo sistema de diagnóstico de metástases do cancro da mama.

Arboreabiofoods – Empresa do Porto, viu o projeto Biosolar Leaf, ser financiado em 2,3 M€. O objetivo é desenvolver uma tecnologia de produção de microalgas em larga-escala para o mercado da proteína alimentar.

AI4MedImaging Medical Solutions – Empresa localizada em Braga, criou um software clínico baseado em inteligência artificial (IA) para relatórios de ressonância magnética cardíaca totalmente automatizado.

Peek Health – Empresa de Braga, desenvolveu um sistema baseado em IA para cirurgia ortopédica que ajuda os cirurgiões a automatizar totalmente o planeamento pré-operatório da osteotomia do joelho. A empresa teve financiamento aprovado de 2,2 M€.

Recorde-se que o EIC Accelerator pretende apoiar start-ups e PME com tecnologias disruptivas a desenvolverem os seus negócios à escala global, através da oferta de financiamento a fundo perdido de até 2,5 M€, combinado com investimentos de capital próprio até 15M€ vindo do Fundo do Conselho Europeu de Inovação. Além do apoio financeiro, todos os projetos beneficiam de uma gama de Serviços de Aceleração de Negócios que proporcionam acesso a oportunidades de investimento e crescimento a nível mundial. Este programa está aberto em contínuo, desde 2021, tendo três datas anuais para avaliação das candidaturas.

As empresas nacionais arrecadaram 28% do financiamento obtido no EIC Pathfinder

No âmbito do instrumento de financiamento Pathfinder, as empresas nacionais já arrecadaram 4,9 M€ para Portugal nos primeiros dois anos do Conselho Europeu de Inovação. Este instrumento visa financiar ideias e tecnologias disruptivas e de baixa maturidade tecnológica (até 4 M€).

Este valor representa um retorno de 28% do financiamento total obtido por Portugal e encontra-se distribuído por um total de nove projetos aprovados, sendo um deles coordenado por empresas nacionais. A empresa Stemmatters, que tem sede em Guimarães, foi a que maior financiamento obteve com um total de 1,8 M€ para os projetos PAT4CGT – Automated online monitoring & control to improve processes and decision making in cell and gene therapy manufacturing e CAR T-REX – CAR T cells rewired to prevent EXhaustion in the tumour microenvironment, este último coordenado por si. São ambos projetos na área da biotecnologia em saúde.

A empresa Silicongate, do Porto, obteve o segundo maior financiamento a nível nacional, com um total de 0,7 M€ para o projeto UPSIDE – Focused Ultrasound Personalized Therapy for the Treatment of Depression, também na área da saúde.

Do total dos 23 projetos aprovados com entidades nacionais, nove contam com a participação de empresas, representando 39% dos projetos aprovados no biénio 2021-2022.

“Portugal tem vindo a ter uma performance extremamente positiva no Horizonte Europa e este balanço no acesso a financiamento por via do Conselho Europeu de Inovação vem confirmá-lo. É de destacar a capacidade que as entidades de I&D em Portugal e as empresas vêm demonstrando de participar e até coordenar projetos verdadeiramente deep tech à escala mundial”, afirma António Grilo, presidente da ANI.

As empresas têm vindo a ser apoiadas pela ANI, no acesso a financiamento, através da rede dos Pontos de Contacto Nacional ao Horizonte Europa e pela Enterprise Europe Network (EEN). A participação nacional no EIC é acompanhada pela ANI no âmbito da rede PERIN.

Fonte: Agência Nacional de Inovação (ANI) / C.S.

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