Lucieny Martins
Costumo me referir a Internet como uma “mãe”, pois ela me ajuda a encontrar tudo que procuro e de maneira rápida. Mas como todo bônus tem o seu ônus, ela também não deixa de ter seus inconvenientes e seus perigos.
A Internet e as redes sociais desempenham hoje uma grande influência e importância nas nossas vidas, nas de empresas, na política e no governo.
Há pouco tempo um ex-técnico da CIA, Edward Snowden, hoje asilado, veio a público denunciar que somos monitorados e que informações de usuários eram disponibilizadas ao governo americano. Segundo o jornal “The Guardian” revelou, os serviços secretos de segurança norte-americanos já rastreiam chamadas de telefones celulares da operadora Verizon e informações da Internet oriundas de companhias como o Google e o Facebook. Para o “Washington Post”, as autoridades federais dos EUA têm usado os servidores centrais destas empresas para ter acesso a e-mails, fotos e outros arquivos dos usuários, possibilitando rastrear movimentos e contatos das pessoas.
Outro refugiado, o fundador do WikiLeaks Julian Assange, prevê uma grande onda de repressão no mundo on-line, e considera a Internet como uma possível ameaça à civilização humana devido à transferência do poder de populações inteiras a um complexo de agências de espionagem e seus aliados corporativos transnacionais que não precisarão prestar contas pelos seus atos. Segundo ele, “hoje, o Google sabe mais sobre você que sua mãe. Esse é o maior roubo que de fato já ocorreu na história”.
O pior é que somos os fornecedores do arsenal que será usado contra nós mesmos, disponibilizando nossos dados e informações. Através das redes sociais fornecemos todos os detalhes sobre família, relacionamentos, preferências, endereços, localizações, fotos, pensamentos íntimos… Enfim, estamos completamente expostos.
Estamos a mercê de bandidos e até do próprio governo, que deveria nos defender e preservar nossa integridade e privacidade virtual.
Já tive amigos que tiveram quantias de dinheiros desviadas de suas contas por hackers; pessoas com fotos intimas expostas; ladrões que usaram informações obtidas na Internet para atacar suas vítimas; pessoas inescrupulosas que se aproveitam da inocência e carência de quem está em busca de um amor, para roubar e até matar; pedofilia… e por aí vai, a lista é enorme.
Não temos como fugir, querendo ou não, estamos ligados a Internet. Mesmo aqueles que não tem acesso ao computador (o que hoje são poucos?), estão lá, pertencemos a um infinito banco de dados, de previdências, de bancos, do comércio, do governo.
Por: Lucieny Gonçalves Martins no Brasil
“escreve em português do Brasil”
