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Jovens europeus precisam de aprender a gerir o seu dinheiro

Um quarto dos europeus admite não ter dinheiro depois de pagar as suas contas e um em cada três dos agregados familiares (35%) relata que a falta de dinheiro os impossibilitou de pagar uma conta nos seis meses anteriores.

Após pagarem as suas contas, um em cada quatro diz que não lhes sobra dinheiro. Estas são algumas das conclusões do último Consumer Payment Report da Intrum Justitia.

Em Portugal, e à semelhança do que aconteceu no estudo de 2013, a maioria dos portugueses paga as suas contas a tempo e acredita que essa deve ser a prática normal. Dos inquiridos 80% tem a consciência exata das suas responsabilidades financeiras e são raras as contas que ficam por pagar. No entanto, 40% afirma que não fica com dinheiro após o pagamento das contas e que tem dificuldades em gerir as despesas mensais.

Para a maioria dos inquiridos, as principais causas dos problemas financeiros são o desemprego, a falta de disciplina financeira por parte do Estado, os cortes salariais e o aumento dos impostos. Por outro lado, as poupanças possiveis resultam de cortes em lazer, vestuário e por vezes na alimentação.

O estudo revela ainda que um número significativo de jovens europeus tem pouca confiança no seu bem estar financeiro e lutam para fazer face às despesas tendo em conta os números do desemprego. Apenas um em cada cinco, na faixa dos 15 aos 24 anos, acredita que os jovens da sua geração podem gerir o seu dinheiro com sucesso. No entanto, consideram que necessitam de uma melhor educação para a gestão do seu dinheiro e do seu orçamento familiar.

“A Recuperação económica está a ser muito lenta e está a afetar milhões de consumidores pela Europa, que continuam a restringir os seus gastos. Cerca de 43% dos europeus pensam em gastar menos com alimentos, enquanto 74% afirmam que tinham de cortar despesas com roupas e saídas. Estas situações indiciam danos profundos na economia a longo prazo”, refere Luis Salvaterra, Diretor Geral da Intrum Justitia.

É no sul da Europa que o problema da gestão do financeira se acentua, com cerca de três em cada dez jovens europeus (32%) a afirmarem que não conseguem gerir o seu dinheiro. Na Grécia (66%) e em Portugal (62%) afirmam que não tem dinheiro frequentemente para ter uma vida digna.

Assim, nos países do sul, Portugal, Espanha, Itália e Grécia, os jovens dizem que a situação chegou a um limite e que estão a ponderar mudar de país devido às dificuldades financeiras que estão a viver. Em Portugal, 36% põe a hipótese de emigrar.

“A geração mais afetada pelo desemprego é a que mais pondera procurar um futuro fora de Portugal. É uma situação preocupante, porque sendo esta uma das gerações mais bem preparadas em termos de formação, está a ser aproveitada por outros países que não investiram na sua formação. Este quadro coloca Portugal num cenário de grande fragilidade no futuro”, afirma Luis Salvaterra.

Cerca de quatro em cada dez (38%) jovens na Europa afirmam que gastam regularmente dinheiro em compras online e cerca de um em cada quatro (24%) gastam mais dinheiro nas compras online do que em lojas físicas.Enquanto isso, 21% dos jovens diz que gosta de fazer compras com cartão de crédito.

O país onde os jovens fazem mais compras online é a Alemanha, seguido da Áustria e Irlanda. Ao contrário, Portugal, Grécia e Eslováquia, são os países onde a percentagem de jovens que faz compras online é menor.

“O fácil acesso ao crédito juntamente com a falta de educação financeira está a colocar os jovens numa situação de risco.A educação assume por isso um papel preponderante no sentido de reduzir a percentagem de endividamento.

São cada vez mais frequentes as compras online, o que cria comportamentos de consumo diferentes dos que existiam até agora. Qualquer pessoa pode fazer as suas compras a qualquer hora e em qualquer lugar.

Os jovens precisam de ser ensinados no que respeita à gestão do seu dinheiro e o ideal é que isso seja feito quando ainda são crianças. É fundamental que percebam desde muito cedo as consequências do crédito fácil e do endividamento”, refere Luis Salvaterra.

O estudo revela ainda que 54% dos jovens europeus não podem viver sem o seu computador / portátil e 49% não pode viver sem o seu telemóvel / smart phone.

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