Os Jovens do sul da Europa são os que mais desconfiam dos políticos, segundo os dados do inquérito “Geração Erasmus” divulgados esta quinta feira, que aponta para uma média de 60% de desconfiança dos jovens europeus, relativamente à classe política.
Os jovens Portugueses estão no grupo dos que menos confiam nos políticos (72%), apenas superados em percentagem por italianos (75%), espanhóis (82%), gregos (84%) e 91% dos cipriotas que lideram o ranking da descrença, países do sul da Europa, quase todos afetados pela crise europeia e alguns deles sob resgate ou programas de ajuda externa, como sucedeu a Portugal.
Entre o universo dos inquiridos nos 28 Estados membros, 21% dos jovens admite diferenciar culturas, valores e nações na Europa. Em Portugal, são 31% os que o fazem.
Em termos gerais, a maioria dos jovens europeus que respondeu ao inquérito, dois terços, afirmou que a União Europeia representa valores como a paz, a diversidade e a unidade, sendo que a unidade é entendida pelos jovens como uma vantagem competitiva a nível mundial: “apenas 17% acredita que o seu país seria competitivo independentemente da união”.
A paz, a estabilidade, a livre circulação de pessoas e bens, a salvaguarda da liberdade fundamental e o respeito pelos direitos das pessoas foram mencionados pelos jovens europeus como os progressos alcançados de maior importância na União Europeia.
No entanto, quando inquiridos sobre qual a primeira palavra que lhes vem à mente quando se fala em União Europeia, muitos jovens referiram ‘burocracia’.
“Isto vem demonstrar que a EU é vista por estes jovens como uma organização cujo funcionamento é lento e na qual as decisões importantes são tomadas por funcionários em vez de representantes eleitos”, refere-se no relatório das conclusões do inquérito.
Crescimento, emprego, alterações climáticas e combate à corrupção foram elencadas pelos inquiridos como as áreas mais importantes e às quais a União Europeia deve dar prioridade.
Os jovens afirmaram ainda dar importância à participação democrática, com 82% dos inquiridos a revelar que se interessa pelas políticas da União Europeia e 65% declararam-se convictos de que o seu voto pode fazer a diferença.
Os dados do relatório divulgados, são resultantes de entrevistas com 15 perguntas realizadas pela Internet a 1500 jovens europeus, dos 28 Estados membros da União Europeia, com idades entre os 18 e os 40 anos.