Lagoa homenageou personalidades, associações e coletividades do concelho, com atribuição da Chave de Honra da Cidade, que contribuíram com relevância para a construção e consolidação da identidade e memória do concelho de Lagoa.
Realizou-se no dia 19 de abril, dia em que se assinalou os 22 anos de elevação de Lagoa a cidade, pelas 18h00, no Centro Cultural do Convento de S. José, a cerimónia de evocação dos 250 anos da criação do concelho numa homenagem a personalidades e entidades do concelho de Lagoa.
Neste contexto, o Município de Lagoa atribuiu o título de Chave de Honra da Cidade de Lagoa a dois cidadãos e a nove entidades, nos termos do artigo 11º, do Regulamento de Atribuição das Distinções Honoríficas do Município de Lagoa, com o nº 1018/2020, publicado no Diário da República a 16 de novembro.
Os agraciados com a Chave de Honra da Cidade de Lagoa foram o General Vasco Joaquim Rocha Vieira, pela sua reconhecida projeção e prestígio nacional e internacional, não apenas pelos cargos e funções desempenhadas, mas também pelas condecorações nacionais e internacionais com que foi agraciado, pelo longo e reconhecido percurso de serviço público, com particular destaque para as funções de último Governador de Macau, que encerraram o ciclo do Império Português, pela cedência, a título de depósito, do seu espólio pessoal e profissional ao Município, a forte ligação à terra natal, com particular ênfase para a presença assídua na vida cultural de Lagoa e, também, pela presidência da Comissão de Honra das Comemorações do 250.º aniversário de criação do concelho de Lagoa, e Rossel Monteiro Santos, pela publicação da História do Concelho de Lagoa, primeira monografia sobre Lagoa e o seu concelho, fruto de anos de investigação, dedicação pessoal e profissional e avultado investimento económico, obra que, não obstante a publicação de outros trabalhos parcelares, ainda hoje não foi superada por qualquer outro estudo similar, que veio valorizar muito a memória e a identidade dos Lagoenses, pelo seu percurso pessoal e profissional, de reconhecida projeção local e regional e pela a sua forte ligação a Lagoa, que ainda mantém nos dias de hoje.
Para além do General Vasco Joaquim Rocha Vieira e de Rossel Monteiro Santos, o Município de Lagoa, também, agraciou a Santa Casa da Misericórdia de Estômbar e a Santa Casa da Misericórdia de Lagoa pelas suas ações no campo assistencial e humanitário, feitas de períodos de maior ou menor preponderância, ao longo de aproximadamente cinco e quatro séculos, respetivamente, serem dignas continuadoras de uma herança ancestral que urge preservar e dar continuidade, por serem o documento vivo da memória coletiva, tradição e identidade locais e pela sua função social.
O Município de Lagoa ainda agraciou, com Chave de Honra da Cidade de Lagoa, as primeiras sete coletividades fundadas no concelho, considerando a sua origem, na década de 30 do século XX, enquanto movimentos organizados, sempre fortemente vigiados e controlados, vistos com relutância pelo regime vigente, que souberam resistir e chegar aos nossos dias, considerando a sua atividade ininterrupta, que lhes permite integrar o leque das associações mais antigas do concelho, quase centenárias, e considerando terem respondido e serem, ainda hoje, resposta, a diversos anseios da população, generalizando o acesso à cultura popular, recreio e prática desportiva.
Assim, foram distinguidas a Sociedade Recreativa Boa União Parchalense, fundada a 4 de abril de 1934, a Sociedade Recreativa Carvoeirense 20 de Janeiro, fundada a 20 de janeiro de 1935, a Sociedade Vencedora Recreativa, Desportiva e Cultural Ferragudense, fundada a 21 de janeiro de 1937, a Sociedade Cultural e Recreativa Capricho Estombarense, fundada a 24 de janeiro de 1937; a Sociedade Recreativa Irmãos Unidos, fundada a 18 de abril de 1937, o Clube de Futebol “Os Estombarenses”, fundado a 27 de outubro de 1937, e o Sporting Clube Lagoense, fundado a 05 de outubro de 1938.
O Município de Lagoa considera que, no ano em que o concelho comemora 250 anos da sua criação, a comunidade Lagoense tem a oportunidade de refletir acerca do passado, para apoiar a construção de uma estratégia para o futuro, invocando esta efeméride através de uma homenagem a reconhecidas personalidades com projeção nacional e internacional e prestígio para o concelho, bem como reconhecer entidades coletivas honorárias de Lagoa que contribuem para a valorização do território e para a construção da sua memória e identidade próprias, cuja ação e memória institucional, seja oral ou escrita, importa, mais do que nunca, reconhecer, preservar e salvaguardar.
“Entender os valores identitários de Lagoa, destacar e reconhecer quem, ao longo dos tempos, contribuiu, até hoje, para a salvaguarda dos mesmos é garantir que seguimos juntos pelo rumo certo, afirmando o nosso concelho como um território de excelência para se viver, trabalhar, estudar ou visitar, sempre com esse sentimento de orgulho em ser Lagoa“, afirmou Luís Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa.
CMLagoa
