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Mercado de fusões continua a desacelerar em 2020
Mercado de fusões continua a desacelerar em 2020

Mercado de fusões continua a desacelerar em 2020

O mercado global de fusões e aquisições continuará a desacelerar em 2020, com a Europa a ser ser a única região a manter-se na linha da frente, mas novos desafios podem originar melhores negócios.

Segundo o último Performance Monitor de M&A elaborado pela Willis Towers Watson em conjunto com a Cass Business School, em 2019 e à escala mundial, as operações ligadas a transações avaliadas em mais de 100 milhões de dólares obtiveram um rendimento inferior ao índice global em 5 pontos percentuais.

Os dados analisados apontam também para que o mercado global de fusões e aquisições, que tem vindo a decrescer desde 2015, continue a enfrentar um cenário complicado em 2020.

Neste contexto, e sobre a base das tendências a curto e longo prazo que os dados do Performance Monitor e outras fontes consultadas revelam, a área de M&A da Willis Towers Watson identifica as seguintes cinco tendências chave para a evolução do mercado de fusões e aquisições durante 2020:

1.- Impacto da desaceleração dos EUA no resto do mundo

Em 2019, o número de grandes operações (superiores a 1.000 milhões de dólares) foi de 173, o menor em cinco anos, devendo continuar baixo em 2020, muito por força da desaceleração na atividade de fusões e aquisições nos Estados Unidos. A relutância do mercado em assumir grandes operações também pode ser um indicador de que as empresas estão a preparar-se para uma possível recessão.

2.- A Europa manter-se-á na linha da frente

Os negociadores europeus lideraram as classificações mundiais de fusões e aquisições em 2019 pelo segundo ano consecutivo, superando o seu índice regional em 1.9 pontos percentuais e a Willis Towers Watson prevê que esta tendência positiva continue. Neste ponto, salientamos que o volume de negócios ligado a operações de M&A no Reino Unido durante o ano passado foi, com 31 operações, o mais baixo da última década e não se preveem melhorias enquanto persistir o risco de um Brexit sem acordo.

3.- É improvável que as fusões e aquisições melhorem na China

Depois de alcançar um número record de 243 transações em M&A durante 2015, a China fechou apenas 72 transações em 2019. Para esta situação terão pesado as incertezas comerciais e, mais recentemente, os receios de uma possível recessão da economia mundial. Por outro lado, a desaceleração na China está em linha com a tendência de queda que toda a região da Ásia-Pacífico está a sofrer no mercado de fusões e aquisições, prevendo-se que continue em 2020.Por outro lado, as melhorias que os compradores obtiveram na região Ásia-Pacífico durante 2019 em termos de operações de M&A sugerem, pelo menos, maior estabilidade após os anos anteriores mais turbulentos.

4. O tempo necessário para a conclusão das operações aumenta

É provável que o já extenso tempo necessário para concluir as transações de M&A aumente ainda mais este ano. Nesse sentido e para contextualizar, as operações concluídas em 2019 necessitaram de um período de execução médio de 141 dias, face aos 120 dias registados em 2018. Também é possível que a conclusão de transações transfronteiriças se torne mais difícil, devido ao aumento das exigências ao nível do escrutínio regulatório provocado por tensões comerciais e sociopolíticas.

5. Mais oportunidades em M&A por parte de investidores alternativos

É previsível que os investidores alternativos, como os ligados a capitais privados e capitais de risco, que contam com elevados níveis de capital que ainda não utilizaram se tornem mais ativos em 2020 comparativamente com os anos anteriores, o que pode dar lugar a operações de M&A de maior volume, apesar de os retornos rápidos serem afetados pela economia em desaceleração, pelas tensões geopolíticas e pelo aumento das exigências regulatórias já referido. Devemos salientar também que, em 2020, se prevê uma tendência de crescimento nas operações que incluam contratos de contratação, ou seja, as que são concretizadas com a intenção de adquirir um talento que o comprador não poderia contratar de outro modo.

A propósito da apresentação desta análise, Crispin Stilwell, Senior Director e Responsável pelo Departamento de M&A da Willis Towers Watson em Portugal, refere: “Estamos muito satisfeitos por assumir um papel tão ativo no mercado de fusões e aquisições em Portugal que, apesar do contexto de contraciclo, desenvolveu uma dinâmica muito interessante em 2019, a qual prevemos que se mantenha em 2020 considerando os indicadores das nossas equipas em Lisboa, Madrid e Londres, que desenvolveram oportunidades muito promissoras para a continuidade dos negócios no nosso país. Continuaremos a agregar valor, combinando experiência em riscos com um vasto entendimento sobre capital humano e cultura organizacional nos negócios de fusões e aquisições, ajudando os nossos clientes a alcançar o sucesso.”

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