Desde o início do novo conflito no Médio Oriente entre Israel e o Irão que os mercados mundiais têm registado uma reação limitada, com a Europa a ser a principal prejudicada pelo agravamento das tensões internacionais.
A Espanha teve o impacto mais significativo, que atualmente está a registar uma queda de 1,15%, seguida da Itália e da Áustria.
Também os mercados de outras geografias estão a registar desvalorizações, com os futuros das ações nos EUA (S&P500) a cair 0,27%.
Face a estes dados, os investidores têm adotado uma postura mais reservada, também influenciada pelos avisos do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para um agravamento dos ataques por parte de Israel nos próximos dois dias.
Com o espaço aéreo comercial na região já afetado e os ativos norte-americanos potencialmente em risco os próximos dias poderão revelar-se decisivos, tanto para os principais índices mundiais como para a estratégia geopolítica global.
Esta recente escalada do conflito também tem aumentado a instabilidade dos preços do petróleo. Na semana passada, os preços do barril de Brent chegaram a subir mais de 10%. Apesar das recentes subidas nos preços, o petróleo continua ainda distante dos valores registados após a invasão da Ucrânia, onde chegou a ser cotado perto dos 130 dólares.
Para já, não se verifica uma reação mais acentuada, uma vez que o aumento do preço do petróleo resulta mais de um prémio de risco do que de uma alteração fundamental significativa no mercado. Isto deve-se, sobretudo, ao facto de o Irão exportar a maior parte do seu crude para a China, sendo que, nesse aspeto, não se anteveem mudanças.
No entanto, um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz parece ser um cenário pouco provável, pois o Irão enfrentaria sérias dificuldades logísticas para impor tal bloqueio e esta ação afetaria todos os países do Golfo, gerando um clima de antagonismo contra Teerão. Não obstante, o Estreito de Ormuz é também um ponto estratégico para a circulação de bens, incluindo petróleo, dado que representa cerca de 20% do abastecimento global de petróleo.