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Misterio del Cristo de los Gascones constitui a peça emblemática de Nao d'Amores

Misterio del Cristo de los Gascones apresentado em Grândola

Nao d’Amores apresenta sábado, dia 12 de Abril, na igreja matriz de Grândola, a recriação de uma cerimónia litúrgica que se celebra anualmente, desde a Idade Média, na famosa igreja de São Justo, em Segóvia.

O espectáculo, integrado no Festival Terras Sem Sombra, promovido pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, é de entrada livre e tem início às 21h30. Pela mão da companhia dramática de Ana Zamora, volta ao Alentejo uma tradição de profundo sentido religioso, outrora enraizada entre nós; a Inquisição perseguiu-a, em nome da ortodoxia, mas sobreviveu aos esbirros do Santo Ofício.

Misterio del Cristo de los Gascones constitui a peça emblemática de Nao d’Amores, companhia de profissionais oriundos do teatro clássico, das marionetas e da música antiga. Trata-se da recriação de uma cerimónia litúrgica associada à imagem do Cristo de los Gascones, escultura da época românica, em madeira policromada, com os braços articulados. Diz a lenda que esta efígie de Cristo Crucificado veio para Segóvia trazida por viajantes gascões, ao dorso de uma égua cega que, ao chegar às portas da igreja de São Justo, aí estacou e morreu. A imagem continua a ser venerada neste monumento, classificado como Bem de Interesse Cultural em 1996.

A dramaturgia, concebida por Ana Zamora, figura-chave da cena teatral do país vizinho, foi realizada a partir de textos dos séculos XV e XVI, de vários autores – com destaque para os poetas Gómez Manrique e Diego de San Pedro –, tendo como base uma estrutura musical que alterna música litúrgica e profana, com destaque para obras originais dos repertórios medieval e renascentista, desde o Nascimento até à Ressurreição e Ascensão, a maioria delas relacionados com o Planctus Mariæ (Lamentações da Virgem).

Tendo como pano de fundo a igreja matriz de Grândola, referência do património local, o espectáculo, de notável beleza dramática e sonora, tira partido das brilhantes condições acústicas deste lugar de culto para a interacção da voz humana com os instrumentos medievais que nesta noite se farão ouvir – viola da gamba, vihuela, sanfona, flautas, cromorno, charamela, espineta e gaita-de-foles. A interpretação dramática é de Elena Rayos, David Faraco, Alejandro Sigüenza e Nati Vera. Trata-se da primeira vez que o Festival Terras sem Sombra apresenta um espectáculo dramático.

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Nao d’Amores apresenta sábado, dia 12 de Abril, na igreja matriz de Grândola, a recriação de uma cerimónia litúrgica que se celebra anualmente, desde a Idade Média, na famosa igreja de São Justo, em Segóvia. O espectáculo, integrado no Festival Terras Sem Sombra, promovido pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, é de entrada livre e tem início às 21h30. Pela mão da companhia dramática de Ana Zamora, volta ao Alentejo uma tradição de profundo sentido religioso, outrora enraizada entre nós; a Inquisição perseguiu-a, em nome da ortodoxia, mas sobreviveu aos esbirros do Santo Ofício. Misterio…

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