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Mistérios de Venus: Portugueses estudam as plumas vulcânicas

Mistérios de Venus: Portugueses estudam as plumas vulcânicas

Tempo de leitura estimado: 3 minutos

João Dias e Pedro Machado, investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa), são os primeiros autores de “Volcanic Gas Plumes’ Effect on the Spectrum of Venus”, estudo publicado na revista Icarus, reputada publicação norte-americana que agrega e partilha trabalhos científicos sobre o Sistema Solar.

Este estudo apresenta uma proposta de análise das plumas de Vénus, que dará respostas definitivas sobre a sua atividade vulcânica.

Sabe-se que existem vulcões em Vénus, mas o que acontece realmente no interior do planeta? E o seu vulcanismo está ativo ou morto? Em linhas muito simples, é a esta pergunta à qual os investigadores portugueses da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa pretendem dar resposta. João Dias, primeiro autor do estudo e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa explica, na prática, como irão encontrar respostas, através de uma detalhada observação: “A deteção de plumas vulcânicas implica a medição simultânea da composição atmosférica a várias altitudes, desde a superfície até à camada de nuvens que cobre Vénus, e da monitorização de várias espécies químicas, entre elas H2O, SO2 e CO.”

O trabalho de modelização levado a cabo pela dupla portuguesa, juntamente com um conjunto de outros especialistas europeus, vai embarcar na missão espacial EnVision, em 2031. Trata-se de missão conjunta da Agência Espacial Europeia (ESA) e da NASA para explorar o planeta Vénus, com o grande objetivo de estudar a interação entre a atmosfera, superfície e interior do planeta.

Vénus tem uma dimensão muito semelhante à da Terra, sendo ainda um planeta rochoso, outra característica que têm em comum. Mas existem também diferenças notórias: sendo o segundo planeta a contar do Sol, Vénus atinge temperaturas na ordem dos 400 graus, além de ter uma atmosfera muito mais seca do que a da Terra. “Estes estudos e este trabalho abrem portas a um maior entendimento sobre as diferenças entre estes dois planetas”, explica Pedro Machado, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Ao contrário da Terra, Vénus não tem placas tectónicas que agem como uma válvula, permitindo que o calor e a energia interna se libertem gradualmente, continua Pedro Machado: “Não sabemos como o calor interno se gere e se solta. Mas daqui a pouco tempo teremos uma resposta cabal.”

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