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O céu de outubro de 2021 por Fernando J.G. Pinheiro
Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC

O céu de outubro de 2021 por Fernando J.G. Pinheiro

Este mês de eventos astronómicos tem um arranque relativamente lento, sendo a Lua Nova de dia 6 a primeira efeméride relevante. Mas como esta fase lunar ocorre quando a Lua está na direção do Sol é-nos impossível observa-la.

Marte é outro astro que por estes dias se encontra na direção do Sol. Mas enquanto a Lua é visível (apesar de com grande dificuldade) um dia após a Lua Nova, se quisermos observar Marte teremos de aguardar até à última semana do mês.

Dia 8 ocorrerá o pico de atividade da chuva de estrelas Dracónicas, pequenas rochas e poeiras que o cometa Giacobini-Zinner foi perdendo ao longo do seu percurso pelo Sistema Solar. Este é um evento fraco que não permitir observar mais do que uma dezena de meteoros por hora.

Ao início da noite de dia 9 iremos presenciar o pôr da Lua junto ao planeta Vénus.

Céu a sul pelas vinte horas de dia 14. Igualmente é visível a posição do planeta Vénus na noite de dia 9 e da Lua nos dias 9 e 22.

Na madrugada de dia 13 terá lugar o quarto crescente na constelação de Sagitário. No dia 14 a Lua já se terá deslocado até junto de Saturno e um dia depois será vista à esquerda de Júpiter. Atualmente estes planetas encontram-se na constelação do capricórnio.

Céu a nordeste pelas vinte e três horas de dia 22, sendo também apresentados os radiantes das chuvas de estrelas Dracónidas e Oriónidas e a posição da Lua nas noites de dia 22 e 27.

A Lua Cheia dar-se-á no dia 20 na constelação dos Peixes. Um dia depois tem lugar o pico de atividade da chuva de estrelas Oriónidas. No entanto por suceder tão próximo da Lua Cheia, a cada hora não deveremos contar com mais de uma quinzena destes restos do cometa Halley.

Ao longo de todo o mês poderemos apreciar como o famoso Triângulo de Verão constituído pelas estrelas Altair (a cauda da constelação da Águia), Deneb (a cauda da constelação do Cisne) e Vega (na constelação da Lira) nos vão aparecendo cada vez mais baixo no céu.

Na madrugada de dia 25 o planeta Mercúrio atingirá a sua maior elongação (afastamento relativamente à direção do Sol) para oeste.

Na noite de dia 28 chega o quarto minguante. No dia seguinte comemorar-se-á o 30º aniversário da passagem da sonda norte-americana Galileo (que tinha como destino o planeta Júpiter) sobre o asteroide Gaspra. Assim foi possível conhecer um pouco melhor este asteroide rochoso.

Neste mesmo dia 29 o planeta Vénus atingirá a sua maior elongação para leste. Esta efeméride ocorre na véspera do 40º aniversário do lançamento da sonda soviética Venera 13 com destino a Vénus. Esta sonda era constituída por um módulo orbital e outro de aterragem, o qual sobreviveu cerca de duas horas na agreste superfície venusiana, sendo aliás a primeira sonda a gravar os sons de um outro planeta que não a Terra.

No último domingo de outubro, que este ano coincide com o último dia do mês, voltamos ao horário de inverno. Assim às duas horas da madrugada (hora continental) de dia 31 devemos atrasar os nossos relógios uma hora.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e FCTUC)

Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra. Os seus domínios de especialização incluem a Astrofísica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial. Para além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos orgãos sociais da Sociedade Portuguesa, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC. Para além disto, Fernando Pinheiro é colaborador regular em atividades de divulgação científica.

(imagens adaptadas de Stellarium)

Figura 1: Céu a sul pelas vinte horas de dia 14. Igualmente é visível a posição do planeta Vénus na noite de dia 9 e da Lua nos dias 9 e 22.

Figura 2: Céu a nordeste pelas vinte e três horas de dia 22, sendo também apresentados os radiantes das chuvas de estrelas Dracónidas e Oriónidas e a posição da Lua nas noites de dia 22 e 27.

Apimprensa / C.S.

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