Em momentos de crise, como os que vivemos, o reflexo dos desafios sociais e ambientais é mais visível do que nunca. Em Portugal, os incêndios são uma realidade recorrente, causando não apenas perdas materiais, mas deixando marcas profundas nas comunidades. A recente decisão do governo de apoiar a reconstrução das casas afetadas é positiva, mas é apenas uma parte do puzzle. A verdadeira solução passa por uma prevenção mais eficaz e por políticas ambientais mais robustas que consigam mitigar os efeitos das alterações climáticas.
O sector da educação também não está imune a desafios estruturais. A falta de professores, que afeta diretamente o início do ano letivo, é mais um sinal de um problema sistémico. Como podemos falar de um futuro melhor se as gerações mais jovens não têm garantido o acesso a uma educação de qualidade desde cedo? A resposta não pode ser temporária, mas sim uma reestruturação que valorize os profissionais de ensino e garanta a estabilidade do sistema.
Na Europa, as inundações no norte de Itália são um lembrete das consequências de ignorarmos os sinais que o planeta nos dá. Fenómenos extremos são cada vez mais frequentes e, se não agirmos de forma coletiva, estaremos apenas a perpetuar uma tragédia anunciada. Portugal, sendo um país particularmente vulnerável às mudanças climáticas, deve estar na linha da frente das soluções, através de políticas de sustentabilidade que protejam as suas populações e recursos.
Por fim, o discurso de Luís Montenegro na ONU trouxe uma lufada de esperança ao destacar a importância da cooperação internacional e da defesa das liberdades. Num cenário global marcado pela guerra na Ucrânia e por tensões políticas, este apelo à união deve ser levado a sério. O futuro que queremos para as próximas gerações depende da nossa capacidade de dialogar, de unir esforços e de construir um mundo mais justo, pacífico e ambientalmente consciente.
É neste espírito que devemos, como cidadãos e líderes, exigir mais dos nossos representantes. O tempo de agir é agora, pois as escolhas que fizermos no presente determinarão o tipo de legado que deixaremos às gerações futuras. Que não seja um legado de crises e destruição, mas de esperança e renovação.
Por Lino Gonçalves
Diretor de Informação
iPressJournal