O investimento em imobiliário comercial registou um aumento de 28% em 2024, com grande destaque para o setor de retalho, lê-se no resumo da atividade sectorial, divulgado hoje pela Cushman & Wakefield, a consultora global que presta serviços imobiliários para ocupantes e investidores em todo o mundo.
Segundo o relatório da C&W, estima-se que o volume de transações de investimento em imobiliário de rendimento se situe nos €2.170 milhões, uma aumento homólogo expressivo de 28% face ao ano anterior e que teve particular expressão no segundo semestre.
Verificou-se um maior interesse dos investidores no setor de retalho, que agregou metade do volume total investido, e de hotelaria, que representou perto de um quarto do total.
No que respeita à ocupação, o setor de escritórios registou aumentos significativos nos volumes de absorção das duas principais cidades do país, nomeadamente uns expressivos 120% na Grande Lisboa e 33% no Grande Porto.
Ainda na ocupação, o setor de retalho manteve uma tendência ascendente, notória sobretudo ao nível da oferta futura de retail parks e do número de novas aberturas, que registou um aumento de 15% face ao ano anterior.
A atividade ocupacional do mercado de industrial e logística registou um aumento homólogo de 36% nos três primeiros trimestres de 2024, ficando nesse período 19% acima do total anual de 2023.
O setor de hotelaria manteve um desempenho positivo durante o ano de 2024, com um aumento transversal dos principais indicadores, apesar do abrandamento natural nas taxas de crescimento. Até outubro, os proveitos totais cresceram 10% face ao mesmo período do ano anterior.
Para Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, “2024 foi um ano de recuperação, num enquadramento global de descida das taxas de juro, com maior dinamismo no mercado imobiliário l (sobretudo na segunda metade do ano) . Em Portugal, após um primeiro semestre com atividade reduzida, registou-se um crescimento expressivo do investimento imobiliário comercial no segundo semestre, fechando assim o ano com aumento significativo face a 2023. Relativamente ao mercado ocupacional, registaram-se aumentos homólogos nos volumes de absorção de todos os setores, com especial destaque para o setor de escritórios na Grande Lisboa que atingiu o segundo valor mais elevado de absorção da última década.”
No que diz respeito a previsões para 2025, perspetiva-se a continuidade do movimento de contração das taxas de referência dos bancos centrais, já iniciado na segunda metade de 2024. Neste enquadramento, Eric van Leuven comenta, “as expetativas apontam para um impacto positivo no mercado imobiliário comercial nacional, continuando em 2025 a tendência de recuperação já registada no segundo semestre de 2024. Após um período de estabilidade das taxas de rentabilidade transversal a todos os setores durante grande parte do ano de 2024, no último trimestre do ano registou-se uma compressão de yields apenas no setor de retalho. Para 2025 prevê-se uma redução de yields, e consequente aumento de valor, para os restantes setores. Em termos de valores de arrendamento, o aumento da procura por espaços e a escassez de oferta de qualidade deverá continuar a justificar aumentos pontuais das rendas brutas de referência para os melhores ativos”.
Ao nível do investimento imobiliário comercial, as estimativas atuais preveem para 2025 um volume de investimento em linha com o volume de 2024, com os setores de industrial e logística, hotelaria e alternativos (living) a registarem crescimento.