O panorama global continua a demonstrar sinais de mudança acelerada e, inevitavelmente, Portugal também está no epicentro desta transformação. A nível internacional, o Médio Oriente permanece em foco, com a intensificação do conflito entre Israel e Hezbollah a colocar a estabilidade regional em risco. A urgência de uma resposta internacional cresce a cada dia que passa, perante a ameaça de um conflito de larga escala que poderia ter repercussões profundas em todo o mundo.
Por outro lado, Moçambique aproxima-se das eleições presidenciais, com coligações políticas inesperadas a desenharem um novo mapa político para o país. Neste contexto de incertezas, a estabilidade em países lusófonos reveste-se de especial importância para Portugal, uma vez que impacta diretamente as nossas relações externas e a nossa posição enquanto parceiro estratégico na promoção da paz e do desenvolvimento.
No plano interno, Portugal também enfrenta desafios significativos. A recente conclusão do Tribunal de Contas, indicando que a nacionalização da Efacec poderá custar 564 milhões de euros ao Estado, gerou uma forte onda de críticas. Esta situação coloca em causa a capacidade do Estado de intervir em situações de crise empresarial e reabre o debate sobre o papel do governo na gestão da economia nacional.
Ainda assim, Portugal mantém-se como um dos países mais seguros do mundo, ocupando a sétima posição no Índice Global da Paz. Esta distinção reforça a nossa imagem de estabilidade e confiança, mas não podemos descurar os desafios internos. A perceção de insegurança, provocada por alguns incidentes isolados e pela preocupação com a criminalidade urbana, tem vindo a crescer. O país enfrenta, também, questões delicadas relacionadas com toxicodependência e a reintegração social de grupos mais vulneráveis, o que exige políticas públicas robustas e uma maior cooperação entre a sociedade civil e as autoridades.
Num sinal positivo, a assinatura de um novo Acordo Tripartido de Valorização Salarial e Crescimento Económico pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, procura promover a competitividade e assegurar um crescimento sustentável. O acordo, que envolve sindicatos, entidades patronais e o governo, destaca-se como um exemplo de diálogo social e de compromisso para enfrentar os desafios económicos e sociais do país.
Com este panorama em constante mutação, é imperativo que Portugal continue a apostar na coesão social e na inovação. A capacidade de antecipar mudanças e de responder de forma proativa aos desafios internos e externos será determinante para que o país mantenha a sua trajetória de desenvolvimento e estabilidade.
Lino Gonçalves,
Diretor de Informação
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