Nos últimos anos, o ouro tem sido impulsionado devido aos receios em torno de momentos de recessão, conflitos geopolíticos e aumento da inflação. Recentemente, foram as compras dos bancos centrais, no seu desejo de diversificar as suas reservas em dólares, e os pequenos investidores chineses, desconfiados com o setor imobiliário e o mercado de ações, que têm promovido as recentes subidas nos preços do metal precioso.
Alguns países, como a Rússia ou o Irão, não podem utilizar o dólar no comércio internacional devido a sanções e o ouro assumiu um papel mais importante nas suas trocas comerciais. Representa também uma reserva de valor face à contínua desvalorização das moedas tradicionais, sendo uma fonte de liquidez nos momentos em que a volatilidade aumenta.
Num inquérito realizado há algumas semanas junto dos bancos centrais, 81% dos inquiridos planeavam aumentar a procura de ouro nos próximos meses. Entre as principais razões, destaca-se a ausência de risco de incumprimento, o seu bom desempenho em tempos de crise e a sua utilidade como cobertura contra o risco de inflação.
Prevê-se também que o ouro beneficie da descida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed), uma vez que, ao contrário das obrigações, o ouro não oferece um rendimento fixo, pelo que, à medida que as yields das obrigações baixarem, mais investidores voltarão a comprar ouro, podendo também beneficiar de uma possível fraqueza do dólar.
O investimento em ouro está a ganhar grande popularidade entre os pequenos investidores, uma vez que proporciona uma maior diversificação às suas carteiras. O montante a investir dependerá do tipo de perfil de cada investidor, mas parece ser uma alternativa muito interessante neste momento, tanto pela possibilidade de se proteger contra eventuais quedas do mercado como pela sua potencial revalorização.
XTB