O Bairro Setúbal Digital foi apresentado publicamente, na segunda feira, numa cerimónia que teve lugar no Forum Luisa Todi. Este projeto resulta de um consórcio criado pela Câmara Municipal, a Associação Bairro Cool e a União das Freguesias de Setúbal, aprovada a candidatura no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, para um investimento elegível de um milhão, 272 mil, 256 euros.
O projeto, apresentado por Jorge Patrício, em representação da MEO, empresa vencedora do concurso público internacional lançado para concretizar a componente tecnológica do projeto Bairros Comerciais Digitais de Setúbal, inclui a instalação de 30 pontos de acesso exterior WIFI e cobertura 5G na zona da Baixa de Setúbal.
Vão também ser instalados sete centros de informação digital (mupies de uma face outdoor) e seis bancos inteligentes energeticamente autónomos, que permitem o carregamento de smartphones, por ligação USB ou sem fios.
Estão ainda previstos, entre outros itens, a instalação de sinalética para promover uma identidade visual comum, criando a marca “Setúbal Digital”, o desenvolvimento de um website, app e outras soluções tecnológicas para a criação de um Marketplace e a integração de sistemas de experiência de Realidade Aumentada, com a disponibilização de conteúdos interativos sobre a cidade em pontos de interesse.
Uma vertente importante é o Geo Analytics, que permite conhecer, em cada momento, o fluxo de pessoas em determinados locais do território e as suas características, através da utilização de dados das redes de comunicação anonimizados, com total respeito pela Proteção Individual de Dados.
Os 848 estabelecimentos comerciais elegíveis para o projeto, situados na área de intervenção que vai do Troino ao Miradouro, abrangendo a Fonte Nova e a Baixa Comercial, e se estende para sul até à Avenida José Mourinho, incluindo, desta forma, o Mercado do Livramento. Há um Gestor do Bairro, Beatriz Amaro, que já está em contacto diário com os estabelecimentos, e está previsto um plano de formação para comerciantes.
“O desafio de digitalização do comércio que hoje aqui apresentamos, as diversas possibilidades de plataformas digitais que iremos disponibilizar e as componentes paralelas de formação, de promoção, de marketing e de informação que este projeto encerra é um importante fator para reforçar a atividade comercial e a vitalidade da nossa Baixa Comercial, para a manter viva e em crescimento, sempre a procurar aumentar o acesso dos cidadãos a estes negócios”, afirmava André Martins, o presidente da Câmara.
O autarca agradeceu aos comerciantes, à União das Freguesias de Setúbal, à Associação Bairro Cool, à MEO e à Direção-Geral das Atividades Económicas e à sua diretora-geral, Fernanda Ferreira Dias, “pelo apoio e a coordenação nacional deste projeto”, bem como “a todos os trabalhadores do Município que, desde a fase de candidatura até à fase de implementação, têm dado o seu melhor para o sucesso” do projeto.
Diogo Rodrigues, representante dos comerciantes da Baixa na mesa-redonda, afirmava que o Bairro Setúbal Digital era “um presente” para quem tem atividade comercial no centro histórico. “O bairro digital vai permitir-nos ter uma montra muito, muito grande. Mas se não aproveitarmos isto, a montra vai encolher outra vez”.