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O regresso do Carnaval à Grande e à Louletana

A alegria saiu à rua, neste Domingo Gordo, marcado pelo regresso dos corsos em todo o mundo. Loulé, que ostenta o título de “o mais antigo Carnaval do país”, disse presente e mais de 25 mil foliões estiveram na Avenida José da Costa Mealha para celebrar um momento aguardado desde 2020, altura em que se realizou o último desfile, nas vésperas de a pandemia ter obrigado ao confinamento em Portugal.

Sob o tema “Ó Zé… Já viste o Algarvensis?”, uma alusão à candidatura conjunta de Loulé, Silves e Albufeira a Geoparque da UNESCO, o primeiro dia de desfile contou com casa cheia e uma mancha multicolorida a pintar a principal artéria da cidade. Formaram-se filas imensas, como não se via há muito, para entrar na cidade e no recinto, enquanto que nas bilheteiras não houve mãos a medir.

No “sambódromo louletano” a boa disposição reinou e soltaram-se muitas gargalhadas à passagem do cortejo, não fosse este um Carnaval bem conhecido também pela sátira. Os 14 carros alegóricos e a interpretação dos mais de 600 figurantes trouxeram esse aspeto humorístico, com uma representação de assuntos – por vezes muito sérios – mas que aqui são parodiados. É o caso do conflito na Ucrânia, com o carro “Cereal Killer” tripulado pela Associação Tradições de Loulé, ou os problemas ambientais, com o “Bote Ação Climática”, conduzido pela Associação Satori.

O samba e as músicas brasileiras conhecidas de todos marcaram o ritmo da tarde. Mas apesar desta influência do outro lado do Atlântico, Loulé tem também uma tradição muito própria, sendo esta uma festividade bastante enraizada na comunidade daí que as associações locais tenham uma participação ativa neste desfile, interpretando da melhor forma o tema apresentado, através da coreografia e dos figurinos criados por si. Este ano são 10 as instituições que se juntam ao corso mas hoje, o grande destaque foi mesmo para a Associação Existir, uma instituição social que dá apoio a pessoas portadoras de deficiência, que participou pela primeira vez no desfile, reforçando o Carnaval de Loulé como um evento que aposta na inclusão. Os utentes dançaram e ofereceram sorrisos à plateia.

Salamandra, dinossauros, paleontólogos foram também protagonistas numa tarde em que o rei da festa foi mesmo o Metoposaurus algarvensis, um anfíbio extinto semelhante a uma salamandra gigante que viveu há 227 milhões de anos e que serviu de base a esta candidatura a Geoparque.

O corso regressa à Avenida já amanhã, a partir das 15h00, prevendo-se que o desfile culmine com uma Terça-Feira de Entrudo ao nível das melhores que Loulé já viu. Também amanhã, dia 20, acontece o Grandioso Baile de Gala do Carnaval, com o tema “Há 227 milhões de anos…”.

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